A vereadora Monica Benício, líder do Psol na Câmara Municipal do Rio, foi vítima de ameaças de “estupro corretivo”. A parlamentar, lésbica, recebeu um email na qual o autor sugere o crime para curá-la de sua sexualidade. Na terça-feira, ela irá registrar uma queixa-crime na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio.
O suspeito se identifica como “doutor em Psicologia Social pela Universidade de Harvard”. Na mensagem enviada à Monica, ele afirma: “o lesbianismo é uma doença que pode ser curada com terapia alternativa”, e considera a orientação sexual uma “aberração”. No texto ele descreve, com requintes de crueldade, uma série de violências sexuais contra mulheres, ensinando como os homens devem proceder para que elas “voltem à heterossexualidade”.
Em parte da mensagem, o autor explica: “Isso não é violência, é o que chamamos Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino porque ser sapatão é ser uma aberração”.
Na ameaça, o criminoso diz saber o endereço de Monica e se oferece para ir até a casa dela fazer uma “demonstração sem compromisso”. O homem finaliza dizendo que tem uma proposta de projeto de lei para legalizar o Estupro Corretivo Terapêutico e sua adoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de pedir o apoio da vereadora.
— O que estamos vendo é consequência direta da escalada da violência política de gênero contra mulheres parlamentares que ousam reivindicar seus direitos e lutar por equidade. O conteúdo da mensagem é assustador, mas não vamos nos intimidar. Mulheres lésbicas existem, resistem e precisam ter seus direitos e cidadania garantidos. Lutamos pelo direito de amar livremente, em segurança, sem temer por nossas vidas — ressalta Monica.