Capital do Juruá: Cruzeiro do Sul completa 119 anos de história e emancipação política

Cruzeiro do Sul, também conhecido como a capital do Juruá, é o mais importante polo turístico e econômico do interior do Acre

A segunda maior cidade do Estado do Acre, Cruzeiro do Sul, completa nesta quinta-feira, 28 de setembro, seus 119 anos de fundação. Sua população, atualmente estimada em quase cem mil habitantes, de acordo com o último Censo. Cruzeiro do Sul, também conhecido como a capital do Juruá, é o mais importante polo turístico e econômico do interior do Acre.

Catedral Nossa Senhora da Glória. Foto: Juan Diaz/ContilNet

A cidade de Cruzeiro do Sul teve o nome inspirado na Constelação Cruzeiro do Sul e teve sua fundação oficializada em 28 de setembro de 1904, quando a sede do Departamento do Alto Juruá foi transferida para Cruzeiro do Sul. Não se sabe, exatamente, de quem foi a ideia de dar o nome à sede da prefeitura do Alto Juruá de Cruzeiro do Sul, mas a denominação é estabelecida no artigo 2° do Decreto.

Rio Juruá. Foto: Juan Diaz/ContilNet

História de Cruzeiro do Sul

A região que hoje compreende o município era habitada por povos indígenas. Os povos que habitavam o vale do Juruá, divididos em 49 etnias, eram pertencentes a etnias de línguas Pano, e se dividiam em grupos com as suas denominações particulares tais como Ararauas, Catukinas e Curimas. Na época das explorações foram encontrados os Náuas, Amahuacas, Jamináuas, Capanáuas e Caxinauás. Ao longo das margens do rio Juruá viviam os Náuas, multiplicando-se em tabas, dominando o rio e a selva, no trecho onde está localizado a cidade de Cruzeiro do Sul, até o extremo do extenso Estirão (trecho do rio que corre em linha reta).

Em 1857 ocorre o início das expedições para o Alto Juruá, quando o chefe de índios João da Cunha Correia chegou a foz do rio Juruá-Mirim. Várias expedições foram realizadas, proporcionando o início do povoamento da região. A etnia dos Nauas (os principais dominantes que fez retroceder a expedição do cientista inglês William Chandlesse em 1867) abandonou a localidade a partir de 1870 rumando para o Peru pelos altos rios em função de uma terrível epidemia. Assim, formaram-se seringais como consequência da imigração de nordestinos que, acossados pelo fenômeno das secas, abandonaram os sertões entre 1877 a 1879.

Em 17 de Novembro de 1903, o território do Acre, incorporado ao Brasil pelo Tratado de Petrópolis, foi dividido em três departamentos: Alto Juruá, Alto Purus e Alto Acre, todos independentes entre si e diretamente subordinados ao Governo da União. Cada um dos departamentos era administrado por um Intendente (cargo parecido com o de prefeito atual, só que nomeado pelo Presidente da República, até 1920).

Natureza

Cruzeiro do Sul é banhado pelo Rio Juruá. O rio nasce no Peru e, com 2 410 quilômetros de extensão, é o 43º maior rio do mundo. Suas águas caudalosas e barrentas tem dois períodos distintos: no inverno, especialmente de dezembro a maio, é a época das enchentes, quando ele invade todas as terras baixas; e o período de verão, de junho a novembro, quando suas águas baixam de tal maneira que os barcos e balsas de maior porte não conseguem chegar a Cruzeiro do Sul. Suas margens, após as vazantes, são utilizadas pelos ribeirinhos ou “barranqueiros” para o plantio de produtos agrícolas como: feijão, milho, batata, melancia e outros.

Foto: Juan Diaz/ContilNet

Há uma grande quantidade de lagos espalhados pelo município, localizados, quase sempre, próximos ao Rio Juruá ou a seus afluentes. O aspecto e a largura que apresentam são semelhantes aos dos cursos d’água que passam nas proximidades. Medem, aproximadamente, 6 km de extensão e são, geralmente, piscosos.

Foto: Juan Diaz/ContilNet

Além das riquezas da natureza, Cruzeiro do Sul também é conhecido pela farinha de mandioca, que recebeu selo de Indicação Geográfica (IG), que protege o produtor e o modo de fazer da farinha, que a torna tão acreana. Além isso, também é um dos produtos mais vendidos e pedidos pelos turistas.

Farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul, com selo de Indicação Geográfica (IG). Foto: Juan Diaz/ContilNet

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