Castanha e borracha são responsáveis por crescimento de valor de produção do extrativismo no Acre em 2022

A PEVS 2022 traz para o Acre informações estatísticas de sua extração vegetal

O IBGE publica a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS que fornece informações estatísticas sobre quantidade de produtos do extrativismo vegetal – produtos obtidos da exploração de recursos florestais nativos – e da silvicultura – produtos provenientes da exploração de maciços florestais plantados.

A PEVS 2022 traz para o Acre informações estatísticas de sua extração vegetal. O valor de produção da PEVS é o maior dos últimos 12 anos e em 2022 este valor totalizou R$ 123,1 milhões, crescimento de 6,6% comparado a 2021. Em 2022, os grupos Alimentícios (53%) e Madeiras (42,2%) responderam por 95,2% do valor de produção.

Foto: ContilNet

O grupo Alimentícios é formado por Castanha (47,6% do valor total gerado), Açaí (5%) e Buriti (0,4%). A Castanha encerrou 2022 com um valor de produção de R$ 58,6 milhões, cresceu 12% e foi o grande responsável pelo aumento pelo adicional de valor bruto gerado (83%). O referido produto vem em um processo de recuperação de preço e, em 2022, o extrativista obteve preço médio de R$ 64/lata frente ao preço de R$ 25/lata em 2020 quando foi observado o esgotamento das compras com preços em patamar elevados puxados por compradores peruanos com o objetivo de atender principalmente mercado asiático, de acordo com informações coletadas junto ao setor produtivo. E essa recuperação de preços impulsionou a coleta de 9.145 toneladas no referido ano.

Látex sendo tirado da seringueira nativa Foto: Talys Kasper/Estadão

Os 5 (cinco) principais municípios produtores de castanha são: Xapuri (21%), Brasiléia (17%), Rio Branco (17%), Sena Madureira (15%) e Epitaciolândia (11%), sendo assim o Alto Acre é responsável por 50% da castanha coletada no Acre, Baixo Acre vem com 34% e Purus, 15%. O grupo Borrachas responsável 4,8% do Valor Bruto fechou o ano com preço médio de R$ 15/kg e 389 toneladas exploradas em 2022. Os extrativistas, por meio de sua Central de Cooperativas – Cooperacre, tem conseguido acessar os programas estadual (operado pela Secretaria de Estado de Agricultura – SEAGRI) e federal (operado pela Conab) de incentivo à produção de borracha bem como vender o produto com o devido reconhecimento de seus significativos serviços ambientais, formando maiores preços ao extrativista e impactado diretamente no volume de produção que cresce ano a ano. Os 5 (cinco) principais municípios produtores de borracha são: Xapuri (38%), Sena Madureira (19%), Tarauacá (10%), Brasiléia (8%) e Feijó (5%), sendo assim o Alto Acre é responsável por 49% da borracha coletada no Acre, Purus vem com 19%, Tarauacá/Envira com 18% e Baixo Acre com 14%.

O grupo Madeiras é formado por Madeira em Tora (35,2% do valor total gerado), Lenha (5,2%) e Carvão vegetal (1,8%). A Madeira em tora fechou 2022 com um valor de produção de R$ 43,4 milhões, com variação estável de menos 0,25% valor bruto, após ter passado por um crescimento expressiva da extração em 2021 em relação a 2020.

A extração da madeira fechou em 409.619m³, um recuo de 7,6%, puxado pela redução da extração da madeira manejada nos dois principais  munícipios: Feijó e Rio Branco. Em Feijó a extração em 2022 foi de 89.479m³ (redução de 34,8% em relação a 2021) e em Rio Branco a extração de 75.683m³ (redução de 36,7%). A queda no total extraído de madeira não foi maior devido a variação positivas ocorridas, principalmente, em Porto Acre que explorou 74.990 m³, crescimento de 56,2% em relação a 2021. As principais regionais são Baixo Acre (46% do volume explorado) e Tarauacá/Envira (36% do volume explorado).

A PEVS também captou a continuidade da queda da extração de madeira para produção de lenha devido a substituição deste produto tradicionalmente usado como fonte de energia por alternativas e/ou a aquisição de lenha de outro Estado, notadamente Rondônia. Os principais municípios produtores de lenha são: Cruzeiro do Sul (58.523 m³), Marechal Thaumaturgo (31.500 m³), Tarauacá (30.000 m³) e Feijó (25.500 m³).

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