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Em Acre, túnel da época dos templários é redescoberto e vira ponto turístico; entenda

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

Um túnel da época dos Templários foi redescoberto em 1994, após uma habitante da cidade Acre, situada no Norte de Israel, reclamou ao serviço público que seu sistema de esgoto estava entupido. Após tentarem resolver o problema, descobriram um antigo túnel do tempo dos templários, soterrado em mais de 700 anos de sujeira e detritos.

A cidade, que recebe o mesmo nome do estado amazônico brasileiro, não tem muita coisa em comum com o Estado do Acre, além de ser um local com sítios arqueológicos que entregam grandes descobertas sobre as histórias das regiões.

Imagem: iStock

Em Israel, a cidade é um importante ponto turístico do país, pois está recheada de atrativos e um deles é o Túnel dos Templários. A cidade limpou a passagem, acrescentou uma passarela, iluminação e plataformas de acesso e, em 1999, abriu o túnel ao público. 

O túnel servia para conectar o principal forte de Acre ao porto. Tem 150 metros de extensão, e hoje, com suas grossas paredes abobadadas, é o remanescente mais impressionante do poderio militar dos templários na cidade.

Do forte e suas torres com muros de 8,5 metros de grossura, infelizmente, não restou nada. Mas há uma porção de outras relíquias históricas em Acre, especialmente do período em que ela esteve sob domínio otomano.

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O plano da ONU para a partilha da Palestina, de 1947, previa que Acre faria parte do futuro Estado árabe. Mas no ano seguinte os israelenses tomaram a cidade e a anexaram a Israel.

Acre voltou a se desenvolver e crescer, e hoje tem uma média relativamente alta de moradores não-judeus: cerca de 32% de seus 49 mil habitantes.

Imagem: iStock

Templários

A Primeira Cruzada terminou em 1099 com a conquista e o saque de Jerusalém. A vitória cristã foi marcada por uma carnificina: os guerreiros europeus massacraram 70 mil pessoas nas ruas, fossem muçulmanos ou apenas parecidos com eles, em sua visão.

Em 1187, o domínio cristão sobre Jerusalém chegou ao fim na Terceira Cruzada, pelas mãos do lendário Saladino. O sultão não só recuperou a Cidade Santa como mandou executar prisioneiros templários.

Os monges se estabeleceram em uma cidade portuária chamada Acre, situada hoje no norte de Israel. Lá, construíram castelo, fortes e muralhas. Por um bom tempo, Acre seria o único domínio cristão na Terra Santa.

Sítios arqueológicos

Uma descoberta significativa foi feita pela equipe multidisciplinar do governo do Acre, da Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura Elias Mansour (DPHC/FEM), em Rodrigues Alves.

Durante a visita de campo à Comunidade Nova Cintra, local registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como sítio arqueológico, a arqueóloga Jane Pessoa Coelho explicou que será necessário adotar medidas de proteção do local.

Em conversa com os gestores municipais, a arqueóloga recebeu a informação da existência de urnas às margens do Rio Juruá em Rodrigues Alves, no perímetro urbano da cidade.

Equipe encontrou artefatos de uma possível existência de ocupação de sociedades antigas na região. Foto: Alessandro Silva.

Por não constar nenhum tipo de estudo ou reconhecimento do sítio arqueológico, a arqueóloga e toda a equipe, juntamente com os gestores municipais, foram ao local onde se encontravam artefatos de uma possível existência de ocupação de sociedades antigas na região.

Para a surpresa de todos, realmente se tratava de artefatos arqueológicos da cultura indígena da região. A arqueóloga enfatiza a importância da Educação Patrimonial no processo de reconhecimento da diversidade cultural.

Já em Acre, cidade israelense, duas escavações recentes provam o que arqueólogos e historiadores já intuíam: a cidade de 4.500 anos de idade é mais importante para a história do Cristianismo do que a maioria pensa. Um dos sítios arqueológicos revelou uma cidade subterrânea da era dos cruzados. O outro desencavou uma construção monumental bizantina de 1.500 anos, da época dos primórdios do Cristianismo.

Nos últimos 20 anos, arqueólogos israelenses têm revelado mais e mais tesouros antigos em Acre. Até então, a cidade da Galileia de 50 mil habitantes, um tanto decadente, era mais conhecida pelas ruelas turco-otomanas do fim do século XVIII, pelo mercado oriental e seus restaurantes de peixes. Hoje, é um centro de arqueologia reconhecido internacionalmente. Não por acaso. A cidade já foi habitada por fenícios, egípcios, cananeus, gregos, romanos, mamelucos, cruzados, turcos, bahais e britânicos, para citar apenas membros de algumas civilizações e crenças.

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