Em passagem por Paris para a semana de moda, Larissa Manoela, de 22 anos, conversou com ELA sobre o poder de transformação da beleza, amadurecimento diante do público, diagnóstico de endometriose e rompimento com os pais, que não administram mais sua carreira. A atriz, cantora, e empresária conta que adora estar nos “universos da moda e da beleza”: “Observo muitas mudanças todos os dias quando me olho no espelho, no meu amadurecimento de menina para mulher”. Há cinco anos, ela é embaixadora da L’Oreal Paris, patrocinadora oficial da semana de moda francesa, que arma neste domingo um desfile histórico em frente à Torre Eiffel, com mais de 20 de suas porta-vozes do mundo todo. Larissa desfilará ao lado de Kendall Jenner, Elle Fanning, Helen Miren, Eva Longoria e Tais Araújo, entre outras.
Você já cresceu famosa. Quando percebeu que era uma mulher bonita? É um desafio e uma dor crescer diante do público. Sempre estive dentro de algum grupo de discussão para ser aceita de alguma maneira. E, ao mesmo tempo, sempre me olhei no espelho e pensei: será que sou isso mesmo? Será que está certo eu ser julgada por ter testa grande ou por usar um salto? Sempre tentei entender esse padrão de beleza. Precisou a maturidade chegar para eu me reconhecer, me aceitar. isso aconteceu dos meus 20 para cá, para entrar nesse lugar de beleza para mim e não para o outro. É um processo que leva tempo.
Larissa Manoela em Paris — Foto: Reprodução
Como recebeu o diagnóstico de ovários policísticos e endometriose? Foi importante ter diagnóstico precoce para me ajudar a entender o processo e ter um prazo mais estável de recuperação. Menstruei aos 12 anos e sempre tive muita cólica e fluxo alto. Recebi meu diagnóstico em 2020, com 19 anos, e decidi usar minha voz para falar sobre o que ainda é desconhecido para muitas meninas. No meu caso, ainda não preciso de cirurgia.
Tudo seu é precoce… Você se magina sendo mãe cedo? (Risos) Me imagino sendo mãe, mas não cedo. Converso sobre isso com o André (o ator André Luiz Frambach). Fiquei muito preocupada com o diagnóstico, achando que não poderia ser mãe, mas o meu médico me explicou que posso, sim.
Sente-se mais leve após com rompimento com seus pais? Esse momento me trouxe muita maturidade, mais responsabilidade do que eu já tinha e um olhar mais atento, direto. Muito daquilo que sempre almejei: minha liberdade, meu lugar, minha escolha.
Está gerindo sua carreira sozinha agora? Sim, acabei estando à frente de tudo.
Como decidiu fazer a propagando daquela grande rede de lanchonetes (em que ironiza briga com os pais, dizendo que o dinheiro é dela)? Preciso continuar, seguir em frente, e entender até que ponto a minha história pode ser significativa para uma campanha. Preciso equacionar de uma maneira que me traga conforto. A galera achou ousado, mas foi interessante.
