Uma possibilidade que “faz sentido”, mas que não é para o momento. Foi assim que o diretor de esports de League of Legends para as Américas, Carlos Antunes, definiu a possibilidade de Brasil, América Latina e América do Norte serem unificadas em um campeonato das Américas, como é na franquia do Valorant.
Quando o executivo assumiu os esports de LoL do continente todo, deixando de ser apenas head de esports da Riot Games no Brasil, Carlos se pronunciou no Twitter (hoje X) e respondeu a um usuário com “de jeito nenhum” sobre a possibilidade de uma liga unificada ser criada.
Em participação no podcast MD3, nessa terça-feira, o diretor comentou o assunto com mais detalhes.
— Todas as possibilidades existem. A gente tem que considerar o que é melhor para o esporte e para a comunidade. Tudo existe. É o momento? Na minha opinião, não — falou o executivo.
— Faz sentido conectar as regiões. Desenvolve os talentos, mais times, mais variedade, mais jogadores. Mas não necessariamente é a única solução e não necessariamente precisa ser agora. Eu acho que o CBLOL tem um ‘caminhozinho’ interessante que está se pintando. A LCS tem uma reinvenção da liga, como conteúdo, como esporte e como tudo, que também já está dando sinais interessantes do que é o show.
Ele admitiu, contudo, que essa pode ser uma possibilidade plausível no futuro.
— Pode ser que haja, para o futuro. Eu particularmente imaginava que, quando a gente fosse fazer o VCT Américas [campeonato continental do Valorant], que a gente não teria, não só brasileiros, mas latino-americanos e norte-americanos, assistindo com tesão e com prazer e torcendo para times de outras regiões. Isso acontece, está se desenvolvendo. Se existe uma coisa legal para o esporte e para a comunidade, a gente pode olhar para isso. Não tem coisa fechada. Mas não é o modelo do LoL, e eu não acho que esteja na hora. Todo mundo tem umas trilhas bem legais para fazer.
Ele citou o campeonato americano que reunirá times dos torneios de base das Américas como uma primeira experiência do que pode ser feito.
— Existe uma tese de que, se a gente agilizar os encontros internacionais, acelera o crescimento? Sim. A gente também não querendo acelerar o crescimento dos Academies? Sim. Então a gente está discutindo uma conexão do ‘tier 2’, entre as regiões, que começa com esse evento internacional, mas a gente está discutindo outras ideias, para que a gente acelere — explicou Carlos.
— A gente vai discutir essa questão da conexão internacional das regiões e vai testar com o Academy. Vamos tendo um monte de ideias e tentando fazer um monte de coisas. Pode acontecer também com o ‘tier 1’.
Com a crise na LCS, a liga norte-americana de LoL que passou a ser de responsabilidade de Carlos, personalidades dos esports na América do Norte têm defendido que haja a criação de uma competição única, com participantes de todas as Américas, assim como é na franquia de Valorant.
No VCT Américas, dos dez clubes selecionados para integrar a franquia, há cinco norte-americanos, três brasileiros e dois latino-americanos. Entretanto, o ecossistema competitivo no Valorant, liderado mundialmente pelo brasileiro Leo Faria, vem sendo duramente criticado.