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Maior acidente aéreo da história do Acre completa 52 anos; bispo estava entre as vítimas

Por Redação ContilNet

A cidade de Sena Madureira registrou no dia 28 de setembro de 1971 o maior acidente aéreo de sua história, envolvendo um avião DC3, da empresa Cruzeiro do Sul.

No avião, estavam 33 pessoas/Foto: Reprodução

Naquela manhã fatídica, poucos minutos após a decolagem, o avião apresentou problemas no motor, bateu em uma árvore (Manitê) e caiu na região da comunidade Boca do Caeté que fica a poucos minutos do centro de Sena Madureira. Com a queda, o avião explodiu e todos os seus ocupantes morreram carbonizados. 

Dentre as vítimas estava o Bispo Dom Giocundo Maria Grotti, que chefiava, à época, a Diocese de Rio Branco. Italiano de origem, ele se encontrava no Acre em substituição a Fontenele de Castro. 

No avião, estava o bispo Dom Giocondo/Foto: Reprodução

Ao todo, segundo reza a história, foram 33 mortos, entre passageiros e tripulantes. 

O ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindissem) de Sena Madureira, Antônio Furtado Davila, tinha 17 anos à época.

“Me lembro bem que ao chegarmos lá e não deu pra se aproximar porque o fogo estava com quase 2 metros de altura. Os corpos foram resgatados em caixas de madeira. Um dia antes da tragédia, o Bispo Dom Giocundo tinha ministrado aula para a nossa turma”, relembrou. 

A professora Humbelina da Conceição Bezerra tinha 12 anos de idade na época da tragédia. “Me lembro que, após a queda do avião, corri em direção ao local, mas não era possível aproximação porque a fumaça era muito forte”, comentou.

Os restos mortais foram retirados do local em caixas de madeira/Foto: Reprodução

Sobre a morte do Bispo, até hoje ela se emociona ao relembrar o ocorrido. “Foi ele quem fez minha primeira comunhão e crisma. Uma perda irreparável. Lamentamos também por todas as pessoas”, finalizou.

O professor Rivaldo Severo da Costa (Boim), estudioso da história de Sena, relembrou que dias antes de ocorrer a tragédia, uma moradora da Boca do Caeté sonhou que um avião iria bater na árvore e até pediu para que seu esposo cortasse o manitê, mas não foi atendida. “Foi uma comoção total em Sena Madureira”, destacou.

Naquela época (1971), a BR-364, entre Sena Madureira a Rio Branco, não era asfaltada. Por essa razão, muitos moradores optavam pelo transporte aéreo.

Os restos do avião estão no local da queda até hoje/Foto: Reprodução

No local da tragédia, ainda existem artefatos do avião mesmo depois de 52 anos. Estudantes e demais moradores visitam com frequência a localidade.

Habitualmente, todos os anos a Igreja católica de Sena Madureira realiza uma missa no local em homenagem às vítimas. 

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