Morte de militante que fundou primeira reserva extrativista do país no Acre vira destaque

O professor dedicou, em 1989, uma das suas obras mais conhecidas, ao líder seringueiro Chico Mendes

Na última semana, o geógrafo e professor Carlos Walter Porto Gonçalves morreu aos 74 anos, vítima de câncer, em Santa Catarina. Aclamado como o homem que “mudou a geografia no país”, o professor da UFSC ficou conhecido no Acre por ter fundado a primeira reserva extrativista do Brasil, em Xapuri, no Acre, na terra de Chico Mendes.

O professor dedicou, em 1989, uma das suas obras mais conhecidas, ao líder seringueiro. Anos depois, em 2004, ele ganhou o prêmio que homenageia Chico Mendes, na categoria Ciência e Tecnologia. A honraria foi concedida pelo Ministério do Meio Ambiente, na época já chefiada pela também acreana Marina Silva.

Carlos Porto foi responsável pela demarcação da Resex em Xapuri, no Acre. Foto: Carlos Siqueira/UFGO

Em uma matéria especial publicada pela Folha de São Paulo, o jornal diz que a partir do trabalho de Walter à frente da demarcação da reserva no Acre, “mensurando a terra e elaborando um memorial descritivo do terreno e contribuindo para que esse se tornasse um conceito adotado pela legislação ambiental brasileira”.

“Apesar do seu enorme reconhecimento como geógrafo, não era o grande propósito da vida dele ter uma carreira acadêmica propriamente”, conta o amigo e parceiro intelectual Rogerio Haesbaert, com quem Porto-Gonçalves dividiu a autoria de um livro (“A Nova Des-ordem Mundial”, editora Unesp) e as salas de seus laboratórios no curso de pós-graduação em geografia da UFF (Universidade Federal Fluminense), em trecho do obituário publicado pela Folha.

Carlos faleceu no dia 06 de setembro e deixou mulher e uma filha.

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