Na Ponta da Língua: com ou sem Michelle, PDT segue firme e forte na base de Gladson

Ter participado do ato de filiação de Marcus ao MDB teria sido o estopim para demissão de Michelle

A coluna ‘Na Ponta da Língua’, escrita pelo jornalista Matheus Mello, irá mostrar os bastidores da política do Acre e do Brasil, com publicações diárias no site ContilNet Notícias

O partido com a maior base da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) deve seguir 100% fechado com o governador Gladson Cameli. Com 4 deputados, o PDT tinha a liderança do governo na Casa, cargo ocupado pela deputada Michelle Melo. Mesmo com a destituição da parlamentar, a sigla continua na base governista. A informação foi confirmada a esta coluna pelo secretário de Agricultura, Luiz Tchê, que preside o partido. Perder 4 deputados da base nessa altura do campeonato, próximo às eleições municipais do ano que vem, seria um baque e tanto para o governador.

“O PDT segue na base do governo Gladson Cameli, é um governo que a gente acredita, participa e ajudou a eleger”, disse Tchê.

Ficou mais tempo que eu 

Tchê disse ainda que mudanças na liderança da base do governo são comuns e lembrou que também foi substituído quando assumiu o cargo na última legislatura. Na época, Gladson escolheu Pedro Longo. 

“A escolha do líder na Aleac, é algo exclusivamente feita pelo nosso governador, e a troca é algo natural, eu mesmo fui líder no governo passado e passei o bastão após 5 meses, ela ficou até mais que eu”, completou.

Descartada, mas disputada

Michelle foi destituída do cargo mas segue no radar da base governista. O secretário de Governo, Alysson Bestene, disse que após uma conversa transparente com a deputada, espera que ela continue na base. Porém, o líder da oposição, Edvaldo Magalhães (PCdoB), já corre para garantir mais um nome na bancada oposicionista, que hoje conta com apenas 2 parlamentares, ele e Emerson Jarude, do NOVO.  O comunista fez um convite oficial, durante pronunciamento no plenário da Casa, para que Michelle se filiasse ao PCdoB. 

Liberdade

Caso decida deixar a base do governo, Michelle poderá finalmente ter liberdade para expor problemas da gestão estadual, assim como fazia quando era vereadora. Michelle sempre foi uma pedra no sapato do prefeito Tião Bocalom. Quem perde nisso tudo é o governador, que corre o risco de ter uma parlamentar ativa na oposição. 

Durou foi muito

Nas últimas semanas Michelle engrossou o caldo, criticou secretários e criou um clima de desavença dentro do governo. Ela durou foi muito como líder de Gladson na Aleac. O estopim foi ter participado do ato de filiação do ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, ao MDB. Pior ainda foi ter dito que não descartaria ser vice-candidata na chapa do ex-prefeito na corrida das eleições do ano que vem. Na hora a Casa Civil pediu a cabeça da doutora. 

Calado

Prometendo ser um dos deputados mais ativos na oposição a Gladson, Emerson Jarude ficou calado sobre a saída de Michelle da liderança do governo. Ele nem sequer apareceu na sessão desta terça-feira (5). Era uma ótima chance de se posicionar sobre a crise instaurada no governo do Estado. Nem a decência de defender Michelle publicamente ele não fez, como fez Edvaldo Magalhães. Se manteve em silêncio, como vem fazendo nas últimas semanas. Só fala quando o convém, ou para ganhar ‘biscoitos’ nas redes sociais. 

Um líder não tão bom …

A verdade é que o governador Gladson Cameli perde e muito ao escolher Manoel Moraes como líder do governo. É um dos nomes mais frios no parlamento. Raramente aparece ou trava debates importantes na Casa. Inclusive, quando pressionado, fala o que não deve ou se enrola nas palavras. Talvez não terá pulso para defender o governo no palanque. Só ter bom relacionamento com os secretários ou outros deputados não faz um líder de governo. Precisa ter um discurso forte. Coisa que Manoel não tem.

Bom mesmo era o juiz

O último líder forte de Gladson foi o deputado Pedro Longo, sem dúvidas. Defendia o governo como podia, tinha um discurso forte, conciso. Travou com Edvaldo Magalhães os melhores embates da última legislatura. Além de ter uma ótima relação com os outros parlamentares da base. Se Gladson quer sanar uma crise institucional dentro da Aleac, o nome certo para isso é o do atual vice-presidente da Casa. 

Nomes aos bois

A Expoacre Juruá bateu todos os recordes, tanto de público, expositores, tamanho, quanto de movimentação de negócios. E os responsáveis por isso são dois secretários de Gladson: Alysson Bestene e Luiz Tchê, os organizadores da Feira. Mérito completamente deles, que também merecem o reconhecimento pelo trabalho feito na Expoacre da capital.

Indígenas do Acre

O presidente Lula anunciou mais uma demarcação de Terra Indígena no Acre. Desta vez, a TI do Rio Gregório. Meses atrás, o presidente já havia homologado a demarcação da TI do Rio Amônia. Em nove meses de governo, foram duas demarcações. Algo que havia sido paralisado durante o governo Bolsonaro. Ato que mostra o quanto o governo federal tem olhado para o estado. 

Acerto

Assim como tem sido feito a nível federal, o governo do Acre segue no caminho de valorização e defesa dos povos indígenas. O governador Gladson Cameli aceitou e tanto ao criar pela primeira vez na história, uma Secretaria Estadual dos Povos Indígenas. 

Ministra no Acre

Mesmo sem a presença do governador Gladson Cameli, a visita da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara foi um marco para a população indígena do Acre. Ela participou do Festival Mariri Yawanawa, em Tarauacá. Foi lá que ela anunciou a demarcação do território do Rio Gregório. 

Risco sério

Porém, caso o PL 2903/2023, que estabelece o Marco Temporal, seja aprovado no Senado Federal, não só a TI do Rio Gregório, demarcada nesta terça (5), como várias outras já homologadas, poderão perder a demarcação. A proposta foi aprovada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e teve o voto favorável do presidente da CRA, senador Alan Rick (UB/AC) e de outro parlamentar do Acre, Sérgio Petecão do PSD.

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