Um estudo recente do Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago (EPIC) estabeleceu que a poluição por partículas finas — emitidas por veículos motorizados, indústria e incêndios — representa “a maior ameaça externa à saúde pública” em todo o mundo.
Incêndio na zona industrial da cidade de Volos, no centro da Grécia
Imagem: Alexandros Avramidis/Reuters
A mudança climática e a qualidade do ar “andam de mãos dadas e devem ser combatidas em conjunto para quebrar este círculo vicioso”, afirmou o responsável da OMM, alertando que embora o relatório trate de dados de 2022, “o que vemos em 2023 é ainda mais extremo”.
A mudança climática aumenta a frequência e a intensidade das ondas de calor e esta tendência continuará no futuro.
O observatório europeu Copernicus anunciou, nesta quarta-feira, que as temperaturas médias globais durante os três meses do verão boreal (junho-julho-agosto) foram as mais altas já registradas.
Há um consenso científico crescente de que as ondas de calor aumentarão o risco e a gravidade dos incêndios florestais, sublinhou a OMM.
“As ondas de calor e os incêndios florestais estão intimamente relacionados. A fumaça dos incêndios florestais contém uma poção diabólica de produtos químicos que não só afeta a qualidade do ar e a saúde, mas também prejudica as plantas, os ecossistemas e as colheitas – -e leva a mais emissões de carbono e mais gases de efeito estufa na atmosfera.”, Lorenzo Labrador, autor do boletim da OMM.
Relações perigosas
Embora a mudança climática e os poluentes atmosféricos sigam etapas diferentes, os dois estão relacionados.
“A qualidade do ar e o clima estão interligados porque os compostos químicos que os afetam estão relacionados. As substâncias responsáveis pela mudança climática e pela degradação da qualidade do ar são frequentemente emitidas pelas mesmas fontes e porque as alterações em um conduzem inevitavelmente a alterações no outro”, enfatizou a OMM.
A organização explica que, em 2022, a longa onda de calor que abalou a Europa trouxe um aumento nas concentrações de partículas e de ozônio troposférico (logo acima da superfície da Terra). As concentrações ultrapassaram o nível recomendado pela OMS na maior parte do continente europeu.
Durante a segunda quinzena de agosto de 2022, houve massas significativas de poeira do deserto no Mediterrâneo e na Europa.
“A coincidência de temperaturas elevadas e quantidades elevadas de aerossóis e de conteúdo de partículas afetou a saúde e o bem-estar do ser humano”, OMM, em nota
A concentração de ozônio também reduz o número e a qualidade do rendimento das culturas de subsistência.
“Em escala global, as perdas de colheitas devido ao ozônio são de 4,4% a 12,4% em média para culturas de subsistência de base, as perdas de trigo e soja podem chegar a 15% a 30% nas principais áreas agrícolas na Índia e na China”, de acordo com o boletim.