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Pimenta: discursando como prefeiturável, Michelle fissurava governo

Por Redação ContilNet

Voz nas redes

O governo estava sem líder na Aleac já há alguns dias. Quem mais faz a defesa do governo, pelo menos no Instagram com seus 88,9 mil seguidores, é o ex-deputado Moisés Diniz, que foi líder dos governos Tião e Binho e atualmente é presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac) e presidente do partido Solidariedade. Sua expertise em liderança é tamanha que o novo líder do governo, deputado Manoel Moraes, já enviou mensagem para Moisés pedindo ajuda.

Melhor caminho

Em sua mais recente postagem no Instagram, Moisés homenageia Manoel Moraes: “Fui colega de parlamento do deputado Manoel Moraes. Uma das qualidades que sempre se destacou no @manoelmoraesdep foi a tranquilidade e o bom trato com seus pares e servidores. Manoel Moraes me mandou um WhatsApp, num gesto de humildade e construção de companheirismo. Ele me disse: “você foi líder de dois governos”. Pensei: começou pelo melhor caminho: ouvir, incluir, compartilhar. Ninguém lidera ninguém sozinho, se não tiver humildade, firmeza e paciência. Muita paciência. E saber ouvir, até a exaustão, porque estamos vivendo no século que não quer ouvir. Parabéns, meu amigo! Que Deus te abençoe nessa árdua e nobre função! Conte comigo sempre! Boa sorte!

Carreira

Moisés Diniz construiu toda a sua trajetória política no PC do B, por onde se elegeu vereador e vice-prefeito de Tarauacá. Seu Instagran informa que Moisés Diniz Lima é casado e pai de cinco filhos. É formado em pedagogia pela Universidade Federal do Acre. Em Tarauacá (AC), ajudou na organização dos Sindicatos de Trabalhadores Urbanos e Extrativistas, em organizações comunitárias, juvenis, indígenas, de cultura e de mulheres. Foi eleito vereador e vice-prefeito em Tarauacá, foi deputado estadual do Acre por três mandatos e exerceu o mandato de deputado federal por um ano e sete meses. É membro da Academia Acreana de Letras.

Acordos

Também foi deputado federal por 19 meses na vaga do petista Sibá Machado num acordo que tirou o PC do B de candidato a vice-prefeito de Marcus Alexandre em 2016 e garantiu a vaga para a atual deputada federal Socorro Neri. O PC do B tivera o cargo de vice-prefeito de Raimundo Angelim (PT), por dois mandatos com Márcio Batista e Eduardo Farias e só cedeu a vaga por conta deste acordo.

Arrecadação

A crise no governo começou a se anunciar em meados de agosto quando o governador Gladson Cameli anunciou que teria que promover cortes. O ex-presidente da República deixou uma conta para o Acre pagar quando reduziu os impostos nas vésperas das eleições de 2022. Essa é uma das principais causas da frustração da arrecadação. Com uma brutal queda na receita, o governo anunciou corte de 30% de suas despesas em 25 de agosto passado, ao mesmo tempo em que a crise habitacional foi bater na porta da Aleac. Neste momento a casa do povo inteira pesou a mão, bateu forte no governo e de Michelle se ouviu: “Eu não vou puxar saco de secretário”.

Mão bate

É óbvio que a disputa pela Prefeitura de Rio Branco em 2024 entrou no meio do jogo e nesta hora é mais fácil ser oposição. Até porque entre os secretários de Gladson Cameli, pelo menos Alysson Bestene, da Segov, é candidatíssimo à vaga. Com 16,7 mil seguidores, Michelle também joga bem no Instagram e foi por lá que centrou fogo no governo, postando vídeo com pronunciamento de vários deputados da base aliada passando pito no secretariado de Gladson.

Mão afaga

Ao mesmo tempo Michelle publicava uma nota bastante delicada: “Enquanto estiver na liderança do governo serei uma líder de união e diálogo. Buscarei o fortalecimento entre o legislativo e executivo durante todo meu mandato. O meu compromisso com o governador Gladson Cameli que é um ser humano extremamente sensível e empenhado em resolver as demandas da nossa população, é de promover o cuidado de quem mais precisa”, publicou ela.

Núcleo duro

Nestas alturas do campeonato Michelle já estava sendo fritada. Foi destituída na noite de sábado (2) de sua posição na liderança do governo de Gladson Cameli. A decisão foi tomada em conjunto pela Secretaria de Governo e pelo núcleo político de confiança do governador. Em um longo discurso na sessão desta terça-feira (5), a deputada comentou que foi convidada por Gladson no começo deste ano para assumir o comando da base governista por conta da sua ‘autenticidade e carisma’. Michelle declarou que agiu com aquilo que o próprio governador havia pedido quando fez o convite, que ela “ajudasse o governo e não batesse palmas”.

Convocação

Líder da bancada do PP, partido do governador, Manoel Moraes disse que sempre tentou conciliar a ex-lider com seus liderados. “Sempre agi para tentar conciliar, não só agora, mas nas outras vezes quando houve crise. No caso atual da doutora Michelle, eu estive duas vezes defendendo que conversasse, que procurasse o melhor caminho para que ela continuasse. Mas chegou um ponto que eu não fui convidado, fui convocado. Vou fazer o melhor de mim para que as coisas funcionem”, disse

Campanha

A doutora Michelle Melo, como é conhecida na carreira profissional e nas redes sociais, estudou Medicina na Espanha e se tornou especialista em urgência e emergência. Ao mesmo tempo em que atende pelo Samu, leciona sua especialidade em uma faculdade de medicina de Rio Branco. Além de ser de tradicional família na política acreana, Michelle trabalhou em várias unidades de saúde e chegou a ser gerente geral do Pronto Socorro. É uma máquina de votos poderosa, tem bastante margem para voar.

Contraponto

Já em campanha para 2024, Michelle atribui à Deus os acontecimentos recentes. “Pedi muito a Deus que ele abrisse portas para que eu pudesse ser uma líder que construísse um diálogo franco e verdadeiro, e principalmente honrar o compromisso que fiz com o governador. Eu encaro todos esses últimos acontecimentos como uma reposta de Deus na minha vida, me dizendo que ainda precisa de mim no contraponto, fazendo uma nova política”, disse.

Matemática

O novo líder do governo, Manoel Moraes, deverá andar com uma calculadora para atenuar a ânsia dos colegas que, nos momentos de aperto do governo, decidem colocar a faca em seu pescoço para amealhar vantagens para si ou para aliados. A frustração da receita do governo chegou a quase R$ 600 milhões no primeiro semestre. O governo tem medidas para reduzir em R$ 341 milhões este déficit, com o restante sendo ajustado através dos repasses constitucionais.

Funcionalismo

Moraes poderá dizer aos liderados que, apesar das adversidades, o governo mantém uma perspectiva otimista de que os repasses federais possam se estabilizar nos últimos meses do ano, lembrando que o governo federal está prestes a anunciar uma compensação de R$ 27 bilhões aos Estados pela perda de arrecadação. Portanto, Moraes poderá garantir que o governo vai manter em dia o pagamento dos servidores, incluindo o 13º salário. Além disso, diversas obras e programas, como a melhoria de estradas e as pontes de Sena Madureira e Xapuri, serão mantidos, assegurando a continuidade das atividades em setores vitais como saúde, educação e segurança.

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