Disputa
O Partido Progressista se reúne neste sábado para definir o nome de seu candidato à Prefeitura de Rio Branco em 2024. Há quem diga que a reunião é pro forma, expressão em latim que pode ser traduzida como “por pura formalidade”, uma vez que o prefeito Tião Bocalom, embora persista na disputa, poderá ser preterido em favor da candidatura do secretário de Governo, Alysson Bestene, preferido do governador e de parte da diretoria municipal do partido.
PL
Bocalom, por sua vez, tem sido sondado por outras legendas, mas não revela seu destino enquanto não souber do resultado da reunião de sábado. A aposta é que ele vai para o PL, comandado por Edson Bittar, irmão do senador. Se fosse um noivo se oferecendo em casamento, Tião Bocalom poderia dizer que tem um dote de quase 105 mil votos, resultado de sua última votação quando venceu Socorro Neri no segundo turno em 2020. Socorro teve 61.702 votos.
Poupança
Se votos passados não contam, Tião Bocalom pode exibir o cofre da Prefeitura onde tem guardados mais de R$ 400 milhões que serão aplicados às vésperas da eleição. Parece pouco, mas junte-se a esta quantia a sua promessa de construir em um único dia 1001 casas de madeira para a população sem renda da Capital. Além dos benefícios ao eleitorado, será uma tremenda ação de marketing com repercussão nacional.
Em trânsito
Acompanhando o governador Gladson Cameli em sua agenda em Nova Iorque, o secretário de Governo, Alysson Bestene ainda é presença incerta na reunião dos Progressistas neste sábado. É mais provável que estique a viagem com Gladson até Sena Madureira, para a participar da ExpoSena e da festa de aniversário do município. Afinal, desfilar pela cidade neste fim de semana é garantia de visibilidade extra, pois para lá se dirigem grande parte dos comunicadores e influenciadores da capital.
O cantor
Na pré-adolescência, quando morava em Ji-Paraná, em Rondônia, o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim, ia de bicicleta da colônia até a escola noturna, a quatro quilômetros de distância. Ia na garupa de um irmão. Eram quatro irmãos em duas magrelas. “Foi uma infância muito dura, não tinha tempo para estudar. Jamais sonhei que um dia seria deputado”, revelou em entrevista em 2007, já em segundo mandato. “Agora não sei aonde vou parar”, avisou. Na abertura da ExpoSena quarta-feira, 20, foi parar no alto do palco para fazer dueto com o grande ídolo romântico, Zeza Potiguar. Ganhou a plateia.
Logística
É claro que o estudo é essencial para a sobrevivência humana assim como a água e o ar, mas a estratégia desenvolvida por Mazinho Serafim para o sucesso político não se aprende nas escolas. Se elegeu deputado utilizando a mesmo caminho que percorria para fazer aviamento da borracha, subindo e descendo os rios de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, onde financiava a produção de 2 mil famílias de seringueiros.
PT
Mazinho só não fez campanha para deputado estadual na região do Alto Acre porque era filiado ao PT e respeitava os companheiros da região, como o decano Raimundão, primo de Chico Mendes, e Ronald Polanco, hoje conselheiro do TCE. Seu rompimento com o PT se deu depois de um conflito com Nepomuceno Carioca, o Maquiavel da legenda esquerdista, famoso por dar tapas na mesa quando negociava acordos políticos e salariais com deputados e sindicalistas. Os fins justificam os meios, segundo o filósofo italiano.
TBT
Por enquanto favorito nas pesquisas para as eleições de 2024, o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB) postou em seu Instagran um TBT nesta quinta-feira, 21, comentando seu orgulho pelas obras que executou para a Educação em seu mandato e meio. “Vendo as fotos dá um orgulho danado! Foram 14 creches construídas nos bairros, mais de 5 mil vagas geradas para a primeira infância, investimentos que fizeram a gente alcançar excelentes resultados no Ideb”, comentou.
Ranking
De acordo com o ex-prefeito, Rio Branco chegou a ter a quarta maior nota do Ideb entre as capitais do país, com 5,5, além de premiações seguidas pela qualidade da merenda escolar, implantação de programas como o Educação Inclusiva, Liga pela Paz, Formação Continuada, Saúde na Escola. Marcus completa dizendo que realizou de uma só vez um concurso para 1043 profissionais da educação, nossa, foram muitas as conquistas.
Carma
A vereadora Michelle Melo (PDT) ainda tem tempo de corrigir seu rumo, pois alguma coisa a desviou da trajetória que a colocava como potencial candidata a voos mais altos. Depois do grave conflito com o secretariado de Gladson Cameli, a parlamentar agora é acusada de assédio moral por uma das mais competentes jornalistas do Acre. E, assim como Michelle, Lamlid Nobre também tem um discurso poderoso.
Capital
Vereadora mais votada para a Câmara de Rio Branco em 2020 com 3.756 votos e eleita deputada estadual com quase 6 mil votos, a doutora Michelle Melo (PDT) chegou a ser incluída entre os prefeituráveis da capital pela crônica política e teve certo protagonismo numa enquete realizada por este ContilNet. Não pode desperdiçar todo este patrimônio, que ainda tem a reserva do clã Santiago, família cruzeirense com larga tradição na política acreana.
Marco temporal
O senador Alan Rick (União), na condição de presidente da Comissão da Agricultura e Reforma Agrária, garante que vai avançar com o PL 2903/2023, já aprovado pela comissão. “Quem vive no campo precisa de segurança jurídica. A decisão do STF contra o Marco Temporal é um grave ataque ao direito de propriedade e terá efeitos desastrosos se nada for feito. Estarei firme na luta pela justiça, pelo direito à propriedade privada e pelo homem do campo”, avisou ele em suas redes sociais.
Invasão
A manifestação do senador Alan Rick foi motivada pela decisão da maioria do STF que rejeitou a tese do Marco Temporal após formar maioria em sessão realizada nesta quinta-feira, 21. Segundo a tese derrotada, os indígenas só poderiam reivindicar a posse de terras que ocupavam antes da promulgação da Constituição de 1988. Para Alan Rick e parte do Congresso Nacional, o STF invadiu a competência do Poder Legislativo, mas há controvérsias.
Risco
O deputado Roberto Duarte também protestou contra o STF. “Absurdo! O STF avançou mais uma vez sobre as prerrogativas do Congresso Nacional e formou maioria para a derrubada do Marco Temporal. Essa decisão relativiza mais uma vez a propriedade privada no país, põe o agro em risco e desrespeita o Congresso, que está votando sobre o tema. Lembrando inclusive que votei favorável ao Marco Temporal”, comentou.
Justiça
A deputada federal Socorro Neri (PP) por sua vez, votou contra o projeto na Câmara e ontem (21) festejou a derrota da tese no STF. “O Supremo Tribunal Federal acabou de formar maioria contra o Marco Temporal, que tinha como intuito restringir a demarcação de terras indígenas às áreas tradicionalmente ocupadas até 1988. Um projeto inconstitucional que feria os legítimos interesses dos nossos povos tradicionais. Votei contra o projeto na Câmara dos Deputados e hoje celebro essa justa decisão do STF”, comentou Socorro.
Fies
Socorro Neri também está comemorando o que, segundo ela, é uma “excelente notícia”. A aprovação pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº. 1.200, de 2022, que prevê a renegociação de débitos dos contratos do FIES, firmados até 2017. A lei prevê, também, a possibilidade de os profissionais pagarem com serviços em órgãos públicos. O grande problema desta lei é está causando um profundo descontentamento aos que pagam as parcelas em dia.
Meu pirão
“Deputada seria interessante uma lei pra revisar quem paga corretamente todos os meses e não nunca teve um real de desconto”, comentou uma seguidora da deputada Socorro Neri. Um outro lembra: “Não ganhamos bem, e desconta automático, precisamos também de uma alternativa”. Outro leitor cobra celeridade na execução da lei “Muito importante essa renegociação deputada, mais uma pauta de extrema importância para os universitários”, comenta um outro.
Campanha
A cobrança dos bons pagadores do Fies por descontos equivalentes aos dados aos maus pagadores chegou até o senador Márcio Bittar (União). A caixa de comentários de um de seus posts no Instagram sobre a CPI das Ongs, está abarrotada de mensagens de beneficiários do Fies que pagam suas parcelas religiosamente em dia. Em vez de comentar o trabalho da CPI, eles querem o senador intervenha para que o Governo conceda um desconto aos adimplentes do mesmo tamanho do desconto dado aos inadimplentes.