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Primeira compra de crédito de carbono da Petrobras é no Acre e equivale a 800 campos de futebol

Por Matheus Mello, ContilNet

A Petrobras informou nesta sexta-feira (8), que entrou oficialmente no mercado voluntário de crédito de carbono, equivalentes a 175 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE) evitadas.

Segundo a estatal, a operação corresponde à preservação de uma área de 570 hectares da Floresta Amazônica, equivalente a o tamanho de 800 Maracanãs.

Essa é a primeira compra voluntária feita pela Petrobras, no mercado de carbono. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Semapi

O comunicado informa que a compra foi adquirida junto ao Projeto Envira Amazônia, com sede em Feijó, interior do Acre. Além da compra no estado, o Plano Estratégico da Petrobras 2023-27 prevê outras operações no mercado de carbono. A previsão é de investimentos totais de até US$ 120 milhões em aquisição de créditos até 2027.

A Petrobras pretende reduzir as emissões nas operações, projetos de energias renováveis, biorrefino e capturar e armazenar carbono. Com a compra dos créditos, essas estratégias poderão ser cumpridas.

 “Aqui na Petrobras, queremos contribuir de maneira incisiva no processo de transição energética do Brasil. A cada avanço em direção ao uso de fontes de energia limpa, à captura e armazenamento de carbono, e ao investimento em descarbonização, estamos criando um futuro em que a economia prospera em harmonia com o planeta”, disse, em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

“Nós acreditamos no mercado de carbono como um importante instrumento no combate às mudanças climáticas e sabemos que o Brasil tem um imenso potencial para liderar esse segmento, justamente por ser um dos países com maior biodiversidade do mundo”, completou o presidente em nota divulgada pela Agência Brasil.

Marina defende o mercado

Em julho, em um evento da Febraban Tech, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu a regulamentação do mercado de crédito de carbono no país.

São Paulo (SP), 29.06.2023 – Ministra do Meio Ambiente Marina Silva participa de evento na Febraban, em São Paulo. Foto: Felipe Werneck/MMA

“O Brasil quer ser o endereço dos créditos mais íntegros, nós estamos trabalhando para ter um mercado regulado de carbono, quem tá liderando esse processo dentro do governo é o ministério da Fazenda, do Meio Ambiente, da Indústria e Comércio, e da Agricultura. Nós estamos liderando uma agenda para em breve encaminhar para o congresso, respeitando as iniciativas que já estão tramitando no Congresso, um projeto de lei fazendo essa regulação”, disse a acreana.

Entenda o que é o mercado

O mercado de carbono consiste em um mecanismo de compensação de emissões de gases de efeito estufa, por meio da negociação de créditos de carbono. Esses créditos são gerados por projetos que evitam que esses gases sejam emitidos ou que removam esses gases. Dessa forma, o crédito de carbono funciona como uma espécie de moeda, em que uma empresa pode comprar créditos para compensar suas próprias emissões operacionais ou a de seus produtos. Mercados bem estabelecidos podem acelerar a redução das emissões e reduzir os custos para a sociedade, pois propiciam identificar os melhores custos de oportunidade.

Além disso, o mercado de carbono é dos instrumentos para cumprir as metas do Acordo de Paris assinado em 2015 por quase 200 países, incluindo o Brasil, que se comprometeram a adotar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Os créditos de carbono podem ser gerados de diversas formas como, por exemplo a partir da captura de metano em aterros sanitários ou a partir de projetos de base natural, conhecidos como Nature Based Solutions (Soluções Baseadas na Natureza).  Elas se destacam por sua contribuição à recuperação ou preservação de ecossistemas naturais e por seus benefícios ambientais, como preservação da biodiversidade e recursos hídricos, e pelo impacto positivo que pode levar às comunidades locais.

Com informações da Agência Brasil

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