À medida que o sol se põe sobre as densas florestas amazônicas que abraçam o Estado do Acre, uma nova esperança emerge. O Acre, muitas vezes conhecido por sua riqueza natural – ou pelo agronegócio -, está mirando o futuro da inovação tecnológica para impulsionar seu desenvolvimento econômico e criar oportunidades, principalmente para a jovem população do estado. O Acre vislumbra sua própria versão de progresso baseado na tecnologia, através da recente Lei de Inovação, Nº 4.132/2023, um marco importante para trilhar no caminho do futuro. No entanto, as perspectivas revelam que o estado necessita de mais do que apenas legislação para atingir esse ambicioso objetivo.
No coração dessa busca pela inovação está a ideia de um “Parque Digital”, um espaço onde empreendedores, startups, e visionários tecnológicos podem colaborar e criar, alimentando um ecossistema de tecnologia e inovação semelhante ao que transformou Recife em um polo tecnológico de referência no Brasil, através do Porto Digital.
Porto Digital
No alvorecer do século 21, uma nova visão para a economia de Pernambuco começou a tomar forma. Empresários, acadêmicos e líderes do setor público uniram esforços para conceber uma política pública inovadora destinada a catalisar o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no estado, unindo atores que anteriormente operavam de forma independente. O objetivo era aproveitar uma região propícia à inovação e estimular mudanças econômicas e sociais, gerando prosperidade, empregos e renda.
Nesse contexto, em 2000, o governo estadual investiu R$ 33 milhões para consolidar a infraestrutura do Parque Digital, complementado por R$ 1 milhão de empresas de telecomunicações e R$ 10 milhões de investimentos privados. Inspirados no modelo Triple Helix, nasceu uma Organização Social (OS) conhecida como Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD) com o propósito de administrar o parque tecnológico e atrair investimentos e negócios para a região. Assim, o Porto Digital, criado no início do novo milênio, se consolidou como uma ação inovadora que revolucionou a economia de Pernambuco. Só em 2022, o Porto Digital faturou R$ 4,75 bilhões e soma mais de 17 mil colaboradores. Um verdadeiro exemplo.
Lei da Inovação
A Lei de Inovação, que foi sancionada pelo governador Gladson Cameli, visa justamente fomentar a inovação e a pesquisa científica e tecnológica no sistema produtivo acreano. Isso inclui o estímulo à atividade de inovação nas Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) e nas empresas, bem como a promoção da competitividade empresarial nos mercados nacional e internacional. Um marco para o estado, sem dúvida, mas é necessária uma ação mais concreta para transformar esses princípios em realidade.
Nesse cenário de promessa e desafio, o deputado estadual Eduardo Ribeiro, do PSD, emerge como um dos mais fervorosos incentivadores do investimento em tecnologia no Acre. Em uma recente sessão da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), Ribeiro fez uma cobrou que a Lei de Inovação seja efetivamente posta em prática, instando o governo estadual a dar passos decisivos em direção ao desenvolvimento tecnológico.
“É imperativo que não apenas aprovemos leis vanguardistas, como a Lei de Inovação, mas também que as implementemos efetivamente. O Acre tem um potencial inexplorado em tecnologia, e é responsabilidade de todos nós, como legisladores e cidadãos, garantir que essa oportunidade não seja desperdiçada. Devemos trabalhar incansavelmente para garantir que o Acre alcance um nível de inovação tecnológica que seja benéfico para nossa economia e, acima de tudo, para nossa juventude, que anseia por oportunidades”, disse o deputado.
A fala do deputado reflete sobre a necessidade de converter os ideais da Lei de Inovação em práticas tangíveis. Muitos concordam que é fundamental para o Acre investir na criação de um Parque Digital – um ambiente onde o espírito empreendedor possa prosperar, onde a tecnologia e a inovação sejam celebradas e apoiadas, e onde a juventude do estado possa encontrar empregos e oportunidades de crescimento profissional.
O Parque Digital, como modelo de sucesso em Recife demonstrou, não apenas atrai investimentos estrangeiros, mas também fomenta o desenvolvimento de talento local, transformando uma região e sua economia. E isso é particularmente importante no Acre, que ainda busca sua principal vocação.
Enquanto o Acre trilha o caminho da inovação, a promessa e a necessidade de um Parque Digital se tornam cada vez mais latente. A lei é um primeiro passo crucial, mas a implementação bem-sucedida, combinada com o apoio de parlamentares como o de Eduardo Ribeiro, poderia ser a chave para uma nova era de prosperidade tecnológica, não apenas para o Acre, mas para toda a região Norte do Brasil.