Acre pode enfrentar falta de combustíveis com seca severa dos rios; estoques começam a baixar

Em 2023, a estação de estiagem está mais intensa devido a ocorrência do fenômeno climático El Niño

A seca extrema e fora do normal que afeta os principais rios da Amazônia, incluindo afluentes que banham o Amazonas e Rondônia, pode causar desabastecimento de combustíveis no Acre, é o que apurou a reportagem do ContilNet, nesta quinta-feira (12).

Comunidade do Tumbira, no Amazonas, durante período de seca em 2023/Foto: Tadeu Rocha/FAS

A preocupação é legítima porque o baixo nível das águas dificulta a passagem de balsas que transportam os combustíveis de Manaus para Porto Velho por meio do Rio Madeira (que enfrenta a maior seca da sua história).

Se antes, quando o nível dos rios estava normal, as balsas carregavam de 5 a 6 milhões de litros de combustíveis, agora o número caiu para pouco mais de 2 milhões. Além disso, a seca faz com que o trajeto seja feito com um tempo ainda maior.

“A viagem que era feita de 7 a 10 dias pode durar até 20. Isso faz com que os estoques baixem consideravelmente, e o Acre pode enfrentar desabastecimento”, disse o transportador Aldecarlos Queiroz, que trabalha há mais de 15 anos trazendo combustíveis de Porto Velho para Rio Branco e outros municípios do Acre.

Rio Madeira enfrenta a pior seca da sua história/Foto: Reprodução

“Baixando a quantidade no estoque, eles fazem um racionamento que diminui a entrega. É preocupante”, finalizou.

Nossa reportagem tentou entrar em contato com o presidente do Sindicato de Revendedores de Derivados de Petróleo do Estado do Acre (Sindepac), Delano Lima, mas não obteve respostas até o momento.

El Niño

O Rio Amazonas, por exemplo, um dos principais do mundo, está passando por uma baixa histórica de aproximadamente oito metros de profundidade. Isso gera consequências diretas para as comunidades que usam o rio para a pesca, como meio de transporte, e como via de distribuição de alimentos e produtos que abastecem os comércios locais.

Em 2023, a estação de estiagem está mais intensa devido a ocorrência do fenômeno climático El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico.

O El Niño ocorre em intervalos que variam entre cinco e sete anos e tem uma duração que varia de um a um ano e meio.

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