A seca extrema e fora do normal que afeta os principais rios da Amazônia, incluindo afluentes que banham o Amazonas e Rondônia, pode causar desabastecimento de combustíveis no Acre, é o que apurou a reportagem do ContilNet, nesta quinta-feira (12).
A preocupação é legítima porque o baixo nível das águas dificulta a passagem de balsas que transportam os combustíveis de Manaus para Porto Velho por meio do Rio Madeira (que enfrenta a maior seca da sua história).
Se antes, quando o nível dos rios estava normal, as balsas carregavam de 5 a 6 milhões de litros de combustíveis, agora o número caiu para pouco mais de 2 milhões. Além disso, a seca faz com que o trajeto seja feito com um tempo ainda maior.
“A viagem que era feita de 7 a 10 dias pode durar até 20. Isso faz com que os estoques baixem consideravelmente, e o Acre pode enfrentar desabastecimento”, disse o transportador Aldecarlos Queiroz, que trabalha há mais de 15 anos trazendo combustíveis de Porto Velho para Rio Branco e outros municípios do Acre.
“Baixando a quantidade no estoque, eles fazem um racionamento que diminui a entrega. É preocupante”, finalizou.
Nossa reportagem tentou entrar em contato com o presidente do Sindicato de Revendedores de Derivados de Petróleo do Estado do Acre (Sindepac), Delano Lima, mas não obteve respostas até o momento.
El Niño
O Rio Amazonas, por exemplo, um dos principais do mundo, está passando por uma baixa histórica de aproximadamente oito metros de profundidade. Isso gera consequências diretas para as comunidades que usam o rio para a pesca, como meio de transporte, e como via de distribuição de alimentos e produtos que abastecem os comércios locais.
Em 2023, a estação de estiagem está mais intensa devido a ocorrência do fenômeno climático El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico.
O El Niño ocorre em intervalos que variam entre cinco e sete anos e tem uma duração que varia de um a um ano e meio.