Em nota, indígenas da Amazônia pedem ao governo federal que declare emergência climática devido à grave seca que afeta os rios vitais para o transporte na floresta, entre eles o Rio Purus e o Rio Juruá. O comunicado foi divulgado nesta terça-feira (10).
O pedido se dá em virtude das aldeias estarem sofrendo com a falta de água potável, alimentos e remédios. A Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), que representa 63 povos da Amazônia, afirmou que a seca e a onda de calor mataram grandes quantidades de peixes nos e rios onde vivem os povos indígenas, fazendo com que a água se tornasse imprópria para o consumo.
Os Rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus estão secando em ritmo recorde, e os incêndios florestais estão destruindo a floresta tropical, disse a Apiam na nota.
Em setembro, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse em entrevista à Agência Reuters que o governo estava preparando uma força-tarefa para fornecer assistência emergencial à região amazônica atingida pelas secas.
A situação das secas nos rios acreanos tem causado inúmeros prejuízos à população. Um exemplo é a aldeia Apiwtxa, dos Ashaninkas do Rio Amônia, que precisaou construir e recuperar cacimbas. A ação foi publicada na página no Instagram da comunidade.
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Com o aumento da temperatura e com a estiagem severa que afeta a região, o acesso à água tem se tornado difícil e os indígenas estão recorrendo à outras opções para conseguir acesso à agua potável.
Várias arraias são encontradas mortas em rio
A crítica situação climática que predomina em nossa região, com temperaturas consideradas elevadas, vem provocando diversas consequências não somente para os seres humanos como também para os animais. No Rio Purus, mais especificamente no município de Manoel Urbano, foi constatada recentemente a mortandade de arraias e do chamado peixe grande.
Imagens que foram divulgadas nas redes sociais mostram as arraias boiando nas águas. Acredita-se que as mortes sejam decorrentes do aumento da temperatura.
“Há muito tempo não presenciava uma cena dessas. É lamentável”, destacou um ribeirinho da região.