Autoridades relacionadas à investigação dos três médicos executados no Rio de Janeiro nesta madrugada se pronunciaram nesta quarta-feira (5/10). “A Polícia Civil [do Rio] está se utilizando de todas as ferramentas possíveis para conseguirmos o máximo de provas o quanto antes para dar a efetiva resposta a esse caso”, afirmou o diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Henrique Damasceno, à imprensa.
“Asseguro que todos os protocolos de homicídio estão sendo devidamente adotados, a Polícia Civil está se utilizando de todas as ferramentas possíveis para conseguirmos o máximo de provas o quanto antes para dar a efetiva resposta a esse caso. É uma investigação de um crime grave, e todo o departamento e todas as unidades estão empenhadas em resolver essa questão o quanto antes”, completou Damasceno, que ficou conhecido por investigar o caso de Henry Borel.
Delegado de Estado de Polícia Civil, José Renato Torres também afirmou que tem certeza que não haverá impunidade: “Tenho certeza que esse crime não vai ficar impune diante da atuação da equipe de homicídio”, afirmou o à imprensa.
Na manhã desta quarta, uma coletiva de imprensa havia sido anunciada. No entanto, a coletiva transformou-se em um pronunciamento, na qual as autoridades apenas relataram sobre o caso e não responderam a quaisquer perguntas dos jornalistas presentes.
O hotel no qual os médicos estavam hospedados, chamado Windsor, é próximo ao Condomínio Vivendas da Barra, muito usado como quartel-general (QG) de apoiadores da família Bolsonaro, e palco da coletiva da vitória do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018. O local de execução, próximo ao posto 4 na Barra da Tijuca, também fica a menos de um quilômetro do local.
As informações foram confirmadas durante a coletiva de imprensa realizada na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil do Rio (PCERJ). Estiveram presentes do secretário de Estado de Polícia Civil, delegado José Renato Torres; o secretário de estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires; o diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Henrique Damasceno; e o titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), delegado Alexandre Herdy.
Veja o momento em que os atiradores executam os profissionais:
O que se sabe até agora no caso dos médicos
O caso ocorreu na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, durante a madrugada desta quinta-feira (5/10). Um profissional também ficou ferido e se encontra em estado grave. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil do Rio (PCERJ), instaurou um inquérito para investigar o homicídio.
O ataque foi próximo a um quiosque na altura do Posto 4, e testemunhas teriam visto um grupo sair de um carro e atirar contra os médicos. Os profissionais de medicina mortos são especializados em ortopedia e foram identificados como Perseu Ribeiro de Almeida, 33; Marcos Andrade Corsato, 63; e Diego Ralf Bonfim, 35. Um quarto médico foi alvejado. Daniel Sonnewend Proença, 33, que está internado em estado grave no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Corsato, que faria 63 anos na semana que vem, era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele morreu na hora.
Diego Bonfim era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. Ele era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSol-SP).
Perseu de Almeida, que completou 33 anos na terça-feira (3/10), nasceu na Bahia e fazia especialização em São Paulo. Ele era especialista em cirurgia do pé e tornozelo também pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP e morreu na hora.
Por meio de nota, a USP lamentou o ocorrido, e a Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) repudiou o crime, além de pesar pela morte dos profissionais, e ressaltou a preocupação com a escalada violenta no país.