A ideia do aquecimento global ou convenientemente chamado agora de mudanças climáticas (genérico) causado pelo homem se sustenta em um falso consenso científico, dito mundial. Para quem estudou o assunto sem preconceitos, com espírito aberto e franco, verá, certamente, correntes conflitantes nas ciências em relação ao tema. Há os que negam peremptoriamente a existência da influência determinante do homem no clima global; esse seria fruto de um complexo de forças como o sol, os oceanos, os vulcões, as nuvens, os gases do efeito estufa (e não só o CO2). Há os que (em um número cada vez menor) creditam quase que unicamente ao CO2 a capacidade de aquecer o planeta e, portanto, ao homem e sua queima de combustíveis fósseis o grandioso feito. Filio-me ao primeiro conjunto de cientistas e seus argumentos.
Digo ainda que é preciso separar claramente aquecimento global de aquecimento local. O homem tem a capacidade de mudar o microclima com o desmatamento, com as queimadas, com as infraestruturas, mas, novamente, não é capaz de transformar o clima global fruto de um complexo imenso e muito acima de tudo que é vivo na terra. Afirmar o contrário é ter um grave problema de senso das proporções ou cair em engodos apocalípticos interessados em gerar medo e inocular falsas teorias.
O que está por trás do ambientalismo radical professado nos dias de hoje, como esse de creditar ao homem a culpa pelo aquecimento global ou a paternidade pelas mudanças climáticas, em parte é pura ignorância e subserviência aos países desenvolvidos e suas estratégias neocoloniais, por outra, é um ódio ao homem, um neomalthusianismo herdado do Clube de Roma e seu famigerado relatório anticapitalista e antiprogressista Os Limites do Crescimento, amplamente divulgado a partir de 1972, elaborado por encomenda para o MIT.
O relatório destilou uma espécie de pavor com o crescimento populacional causando o fim dos recursos naturais e energéticos. Para prever o fim destes recursos versus o crescimento da população mundial foram utilizados modelos matemáticos que credibilizaram em cálculos a paranoia dos estudos, exatamente como se faz hoje com modelos matemáticos no cálculo de mudanças climáticas ou em teses absurdas a partir da estúpida inteligência artificial.
O relatório Os Limites do Crescimento foi amplamente refutado pela realidade dos avanços tecnológicos na produção agropecuária, de energia, de infraestrutura e de ciência em geral. O homem progrediu cada vez mais e o capitalismo foi capaz e ainda é de tirar milhões e milhões de pessoas da pobreza e da miséria. Veja o que aconteceu na China após adotar um capitalismo de Estado, apesar de seu totalitarismo, nestes últimos cinquenta anos.
Veja os avanços conseguidos no Brasil com o agronegócio e sua frutífera conexão com a Embrapa e sua intensa produção de tecnologia. Veja como o continente asiático conseguiu progredir, adotando regimes econômicos abertos. Onde há economia capitalista, desenvolvimento tecnológico, produção de bem-estar, a equação neomalthusiana do Clube de Roma cai por terra, assim como sua visão tosca anticapitalista travestida de ambientalismo.
A região Amazônica tem vivido de promessas de desenvolvimento que nunca chegaram. Adiamos nossos investimentos em infraestrutura, na produção, na mineração, no desenvolvimento do bem-estar das pessoas, que, hoje, vivem em sua maioria na pobreza, no desalento, sem emprego, sem renda e sem perspectivas para seus filhos e netos em nome de um conservacionismo radical, que não dá nada em troca, só promessas e palavras como sustentável, bioeconomia e florestania.
Pior, são promessas vãs bancadas por países desenvolvidos por meio de ONGs e governos entreguistas. Falta brio, falta amor à pátria, falta amor ao brasileiro que mora, sofre e trabalha duro na Amazônia. Não haverá futuro para o povo das florestas enquanto seu destino estiver em mãos neocoloniais.
Artigo escrito pelo senador Marcio Bittar