EUA enviam 1º leva de armas a Israel no maior porta-aviões do mundo

Equipamentos chegaram pelo USS Gerald Ford, que aportou no leste do Mar Mediterrâneo nesta terça

O porta-aviões norte-americano USS Gerald R. Ford a caminho da Noruega – Terje Pedersen – 24.mai.23/Agência de Notícias Norueguesa via Reuters

A primeira leva de armas que os Estados Unidos enviaram para Israel lutar contra o grupo terrorista Hamas chegou nesta terça-feira (11), quando essa região do Oriente Médio entra em seu quinto dia de conflito.

O carregamento chegou pelo maior e mais poderoso porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, que aportou no leste do Mar Mediterrâneo. “A chegada desses reforços altamente eficientes à região é um forte sinal de dissuasão a qualquer ator hostil a Israel que considere tirar vantagem da situação”, disse o líder do Comando Central dos EUA, o general Michael Kurilla.

O presidente americano, Joe Biden, prometeu reforçar o apoio militar ao aliado histórico dos EUA após cerca de 1.500 militantes do Hamas invadirem o território israelense por ar e terra e matarem mais de mil pessoas no último sábado (7), em um ataque sem precedentes em cinco décadas.

O número de vítimas cresceu desde então —o conflito já matou 1.200 pessoas em Israel e pelo menos 1.055 em Gaza, faixa de 41 quilômetros de comprimento e 9 quilômetros de largura onde moram 2 milhões de palestinos, a maioria civis. As forças israelenses têm feito ataques diários na região, e a expectativa é que o saldo de mortos aumente nas próximas semanas.

Há ainda sequestrados pelo Hamas durante a incursão, incluindo brasileiros, de acordo com Jonathan Conricus, porta-voz do Exército israelense. O Secretário de Estado americano, Antony Blinken, deve chegar a Israel na quinta-feira (12), quando se encontrará com altos funcionários para discutir eventuais negociações de reféns.

As Brigadas al-Qassam, braço armado do grupo, ameaçaram executar os mais de cem reféns caso Tel Aviv prosseguisse com bombardeios contra Gaza. A ameaça não intimidou as forças israelenses, que continuam atacando o enclave palestino. Segundo o porta-voz das Forças Armadas Daniel Hagari, Tel Aviv dobrou o número de ataques aéreos nas últimas 24 horas.

À medida que o conflito ameaça se espalhar pela região, cresce a expectativa de que Israel invadiria Gaza por terra. Nesta quarta, bombardeios israelenses atingiram cidades do sul do Líbano em resposta a um novo ataque com foguetes lançado pelo Hizbullah.

O grupo afirmou ter disparado mísseis contra uma posição israelense em resposta à morte de pelo menos quatro de seus membros em ataques de artilharia israelense no início desta semana. Na ocasião, o grupo prometeu respostas “decisivas” a ataques ao território libanês, especialmente os letais.

A promessa de Biden de enviar armas levantou questões sobre se Washington pode aumentar a ajuda a Israel sem comprometer a ajuda à Ucrânia. Autoridades do governo insistem que Washington pode fazer ambos, mas reconhecem que haverá desafios.

Israel desfruta de um fluxo constante de ajuda dos EUA. Em 2016, os dois países concordaram com um acordo com prazo de dez anos no valor de US$ 38 bilhões que cobre subsídios anuais para compra de equipamentos militares.

Na fase atual do conflito, a principal necessidade de Israel é de armas leves para sua infantaria e interceptadores de defesa aérea para proteger a infraestrutura civil e os centros de comando e controle militares. É improvável, porém, que Israel já tenha esgotado seu estoque de armas leves.

Já a Ucrânia precisa de munições, sistemas de defesa antimísseis e veículos terrestres. Os EUA enviaram US$ 44 bilhões em assistência de segurança à Ucrânia desde o início da invasão.

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