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Família denuncia erros após bebê passar por lavagens nasais e morrer

Por Metrópoles

Arquivo pessoal

imagem colorida bebe morre apos lavagem nasal bahia

Arquivo pessoal

A família de um bebê de apenas 2 meses denuncia erros em procedimentos realizados no recém-nascido, que morreu na madrugada desta segunda-feira (16/10), na ala pediátrica do Hospital Roberto Santos, em Salvador. Conforme os familiares, Emanuel Pitanga havia passado por três lavagens nasais na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Marback, que fica no bairro do Imbuí.

De acordo com os familiares do menino, eles procuraram a UPA na noite desse domingo (15/10), após terem passado o feriado com a criança na região de Irará, a cerca de 135 km da capital baiana. O bebê, que estava há alguns dias gripado, chegou a receber atendimento médico em um posto de saúde da cidade, onde tiveram a notícia que o filho precisaria ficar internado. No entanto, a médica teria garantido que os pais de Emanuel poderiam viajar para Salvador, onde moram, com o menino, em segurança.

Já em Salvador, a equipe médica da UPA do Marback teria realizado uma lavagem nasal para retirar secreção de catarro. Porém, ainda segundo família, o bebê se engasgou e teve duas paradas cardíacas.

Engasgo do bebê

Conforme o pai do menino, Vanderson Pitanga, os procedimentos foram receitados pelo médico, que também teria indicado um medicamento em uma “bombinha”.

“Ela [técnica de enfermagem] fez os procedimentos, ela mandou debruçar o bebê nos peitos da minha esposa. Minha esposa explicou que um pessoal falou que o procedimento era para frente, para que o soro passasse e saísse pelo outro lado, mas ela disse que o bebê tinha que engolir”, disse o pai à TV Bahia.

De acordo com o pai da criança, a técnica de enfermagem fez os três procedimentos e a esposa dele, Juliana Pitanga, perguntou se ela poderia colocar o menino para mamar. A profissional teria dito que sim, desde que fosse com cautela. Ainda segundo o pai, após mamar, o menino entalou e foi iniciado o processo de reanimação dele.

Mãe de Emanuel e de um menino de 6 anos, Juliana disse que ficou desesperada com a situação. “Ele estava no meu colo e começou a sair secreção pela boca. Eu comecei a limpar, uma outra técnica, que ia fazer a quarta lavagem, viu e disse: ‘olhe, mãe, quando ele tiver se entalando com secreção, ponha ele de buço. Foi aí que ele começou a perder o ar, se sufocar. Eu falei que ele estava se entalando, ela levantou ele de vez e ele chorou”, disse a mãe do bebê à emissora.

Depois, segundo Juliana Pitanga, a técnica de enfermagem teria deitado Emanuel. Com o movimento, o menino voltou a se engasgar. “Eu saí correndo pedindo para alguém socorrer meu filho”, contou a mãe do bebê. “O levaram para a sala vermelha, tentaram reanimar e me disseram que ele estava bem. Depois, uma outra médica, disse que ele seria transferido.”

Transferência

Emanuel chegou a ser transferido para a ala pediátrica do Hospital Roberto Santos, mas não resistiu e morreu nesta madrugada. A família do bebê acredita que o filho tenha falecido por causa de erros na UPA do Marback.

“Disseram para meu esposo que a causa da morte foi que ele broncoaspirou com o excesso da lavagem. Todas as seringas com soro que ela aplicou, ele engoliu. O certo era ela fazer com ele virado para a frente, para que o soro saísse na lateral.”

Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que apura o caso juntamente da administração da UPA do Marback. Veja a nota completa:

A Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) lamenta profundamente a morte do bebê e se solidariza junto aos familiares. A SMS destaca que está apurando o caso com todo empenho, cuidado e atenção. A gerência executiva do órgão está na unidade terceirizada, onde faz o levantamento de todo prontuário do paciente, passo a passo do atendimento e reunião com os profissionais envolvidos. Paralelamente, a SMS já notificou a organização social responsável pela gestão do Pronto Atendimento Alfredo Boureau, para que também acompanhe e preste todas as informações necessárias visando a elucidação do ocorrido.

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