O jornal Folha de São Paulo deu destaque, em uma de suas matérias, nesta sexta-feira (27), para a história de Erick Amuruz, homem trans que decidiu deixar o Acre para passar pelo processo transexualizador em Goiânia.
A decisão de Erick foi motivada pela falta de oferta da cirurgia no estado. Das 27 unidades federativas, apenas oito dispõem de hospitais que realizam cirurgias de redesignação genital, são elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul, Pará e Bahia.
Erick conta que precisou realizar uma vaquinha para arrecadar recursos e conseguir viajar para Goiânia. “Fiz uma vaquinha para sair do meu estado e vir para cá porque, das pesquisas que fiz, aqui era uma referência no Brasil”, disse.
Na região Norte, apenas um hospital está habilitado a realizar a cirurgia de redesignação genital, o hospital Jean Bitar, que fica em Belém do Pará.
O país ainda sofre a falta de serviços especializados
Outro dado apontado foi o baixo número de ambulatórios com equipe multisciplinar, composta por psicólogo, psiquiatra, endocrinologista, médico clínico, enfermeiro e assistente social. Apenas 13 estados contam com o serviço.
A estruturação dessa rede de atenção e o pedido de habilitação de novos serviços junto ao ministério é de competência dos gestores estaduais e municipais.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos terá como tema de julgamento a falta de locais que oferecem a cirurgia no Brasil. A instituição analisará o caso Luiza Melinho/Brasil, em que houve uma espera de sete anos e, por fim, a paciente teve de obter um empréstimo e realizar o procedimento em um hospital particular.