O jornal Amazônia Real publicou uma reportagem nesta sexta-feira (13), onde diz que indígenas do povo Huni Kuin, no município de Marechal Thaumaturgo, interior do Acre, estariam sendo acusados de provocar a mortandade de peixes no rio Breu, registrada na última semana.
De acordo com a denúncia, a população não-indígena estaria culpando os indígenas de envenenar as águas do rio. Além dos Huni Kuin, os Ashaninkas também ocupam a área que fica no Alto Juruá.
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O caso foi relatado ao Amazônia Real pela liderança Fernando Huni Kuin, presidente da Associação Castinal do Rio Breu.
“A gente valoriza a nossa cultura. Nunca colocamos veneno no rio que sempre preservamos. Todo mundo tem que comer, índigena e não-indígena. Os brancos ficaram culpando nós, mas não é assim. Isso é a quentura do rio mesmo que está matando os peixes”, disse.
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Além de sofrer com a morte dos peixes, que são essenciais para a sua alimentação, os indígenas também perderam plantações de melancia, amendoim e milho por conta da estiagem e seca severa.
Governo investiga
Com a cena de centenas de peixes mortos no Acre, o governo do Estado enviou uma equipe técnica de especialistas em recursos hídricos e fauna para investigar o caso.
A ação é coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e o Instituto de Meio Ambiente (Imac). A equipe pelo monitoramento da qualidade de água no Estado e gestão da fauna silvestre.
Após a coleta e análise de amostras de água, a equipe deverá produzir laudos e uma nota técnica, que será emitida em até 15 dias.
Até o momento, portanto, não há evidências de que as mortes dos mortos têm ligação com os indígenas.
Fauna ameaçada
Em outro município acreano, em Manoel Urbano, no Rio Purus, centenas de arraias também foram mortas. Autoridades acreditam que a causa esteja ligada às altas temperaturas registradas nos últimos dias.
Governo decreta situação de emergência por cenário de extrema seca no Acre
O governador Gladson Cameli decretou, na manhã da última sexta-feira (6), situação de emergência em decorrência do cenário de extrema seca vivenciado e da iminente possibilidade de desastre decorrente da incidência de desabastecimento do sistema de água do Acre. O desabastecimento é um fênomeno classificado e codificado como desastre natural – climatológico – seca.
O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), e o governo considerou o regime de chuvas no Acre, no primeiro semestre, que foi abaixo da média, a possibilidade que municípios e aldeias indígenas tem de ficar isoladas devido à falta de navegabilidade dos rios, o risco de desabastecimento de medicamento e itens de saúde nos hospitais e postos médicos dos municípios afetados, os efeitos do “El Niño”, os prejuízos econômicos e sociais à população afetada, dentre outros fatores.