Influencer do Acre toma ‘vacina do sapo’ e compartilha experiência: “Doenças vão embora”

Um aspecto importante dessa prática é o jejum obrigatório e a ingestão de 3 litros de caiçuma

Maxine Silva, a Miss Acre 2015 e influenciadora, recentemente compartilhou em suas redes sociais sua experiência com a medicina tradicional conhecida como Kambo, também chamada de “vacina do sapo”. Essa prática, amplamente utilizada entre membros de tribos indígenas como os Katukinas, Kaxinawás e Yawanawás, envolve a aplicação da secreção da rã arbórea Phyllomedusa bicolor, conhecida como Kambo, diretamente na pele.

A rã Kambo habita as copas das árvores na região amazônica e, quando se sente ameaçada, libera uma secreção que é usada para essa prática medicinal. A aplicação é realizada por meio de pequenas queimaduras na pele, com homens geralmente optando pelos braços ou peito e mulheres pela panturrilha.

O veneno de rã que é usado como remédio na Amazônia - BBC News Brasil

O veneno de rã que é usado como remédio na Amazônia/Foto: Reprodução

Um aspecto importante dessa prática é o jejum obrigatório e a ingestão de 3 litros de caiçuma, derivada da macaxeira ou mandioca, uma hora antes da aplicação. Maxine explicou que o processo de preparação começa antes do amanhecer, envolvendo a ingestão de pelo menos 2 litros de caiçuma de macaxeira até que o corpo comece a reagir. “Pelo menos 2 litros até o ponto que ela começa a voltar. ”, disse a influenciadora.

“Após isso, são feitos os pontos, com pequenas queimaduras. Homens fazem nos braços e mulheres fazem na perna”, explicou a influenciadora sobre a aplicação da toxina do kambô.

Durante a aplicação, a influenciadora compartilhou detalhes de sua experiência. Ela descreveu as reações corporais, que incluem inchaços, calor excessivo, pulsação nos ouvidos, vômitos e outras sensações que variam de pessoa para pessoa. Maxine também compartilhou um vídeo dela mesma vomitando após a aplicação. “Inchaços, calor excessivo, pulsação nos ouvidos muito vomito e outras sensações que depende de cada pessoa”.

Maxine também compartilhou um vídeo dela mesma vomitando após a aplicação. Foto: Reprodução/Instagram

“Quando o vomito cessa, é lavada a toxina e tomamos um banho de rio para acabar de lavar corpo e espirito. Após o ritual toda má sorte e doenças vão embora, ficando apenas as boas energias, boa sorte e disposição e muita saúde. E a relatos de pessoas que passam meses e até anos sem adoecer, depois da vacina do sapo”, contou a Miss Acre.

Na legenda, a influenciadora escreveu sobre o ritual: “Kapum ou Kambô, ou ainda a “vacina do sapo”, é a utilização da toxina da Phyllomedusa bicolor como uma medicina para curar a “panema” ou má sorte. Tem muitos outros detalhes que ainda vou compartilhar com vocês!”.

Instituto Butantan alerta sobre riscos da ‘vacina-do-sapo’

O Instituto Butantan, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, fez um alerta no ano de 2013, por meio de comunicado, sobre os riscos da “vacina-do-sapo”, técnica indígena que promete proporcionar força, resistência e até mesmo a cura de diversas doenças como câncer e depressão.

Segundo o professor Carlos Jared, diretor do Laboratório de Biologia Celular do Butantan, não existem estudos que confirmem a eficácia total do veneno da perereca-verde Phyllomedusa bicolor, também conhecida como kambô.

Para o especialista, diz o comunicado, a presença comprovada de opioides, produzidos por glândulas de veneno do animal, pode levar a uma momentânea sensação de bem-estar, que vem se popularizando no Brasil e no mundo. Ele explica que uma série de outros componentes podem ser encontrados na substância, mas que a maioria deles tem função desconhecida pela Ciência.

A secreção que a perereca kambô libera é um veneno com centenas de componentes. “Há várias contraindicações que seriam as substâncias da glândula do veneno do animal, e que podem causar vômitos, diarreia, taquicardia, sudorese e alterações de pressão, entre outros sintomas”, afirma Jared. Veja na íntegra o comunicado, clique aqui!

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