O Gabinete de Segurança de Israel declarou neste domingo (8/10) estado de guerra. Segundo o governo, a o conflito teria sido “imposta a Israel por um ataque terrorista assassino de Gaza.” O ato oficializa o embate e permite que medidas militares abrangentes sejam tomadas.
Referindo-se aos ataques-surpresa do Hamas da véspera, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que derrotará o grupo radical islâmico, mas alertou que a guerra “vai levar tempo”. O político conservador enfatizou que os eventos recentes foram algo “jamais visto em Israel” e jurou “vingança esmagadora por esse dia negro”. O premiêr garantiu que as forças militares israelenses chegarão a todos os lugares onde o Hamas possa estar se escondendo.
Netanyahu disse considerar o grupo diretamente responsável pela segurança e bem-estar dos civis e soldados que mantêm cativos, acrescentando que Israel “acertará contas com qualquer um que cause danos” a esses reféns. Segundo observadores, o sábado foi o dia mais sangrento do conflito israelo-palestino desde a guerra do Yom Kippur, ocorrido há 50 anos.
Barragem de milhares de foguetes
Soldados israelenses continuaram lutando contra combatentes do Hamas nas ruas do sul de Israel e lançando ofensivas de retaliação que destruíram edifícios em Gaza, enquanto no norte de Israel uma breve troca de ataques com o grupo militante libanês Hezbollah gerou temores de uma escalada no conflito.
Os combates resultam da reação de Israel ao ataque-surpresa sem precedentes desse sábado, partindo de Gaza, no qual combatentes do Hamas, apoiados por uma barragem de pelo menos 2.500 foguetes, romperam as cercas de segurança e invadiram comunidades próximas.
Os miltares do Hamas raptaram civis israelenses, levando-os ao enclave costeiro de Gaza, incluindo mulheres, crianças e idosos. É provável que essas vítimas sejam usadas em tentativas de negociação de milhares de prisioneiros palestinos detidos por Israel. Os líderes do Hamas disseram estar preparados para uma nova escalada de violência.
Alemanha expressa solidariedade
O balanço do conflito indica, até o momento, ao menos 920 mortos, sendo 600 pessoas em Israel; 313 na Faixa de Gaza; e 7 na Cisjordânia. Os feridos já passam de 2 mil.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou nesse sábado (7/10) que identificou um brasileiro ferido e dois desaparecidos após ataque do Hamas a Israel. Não há registros de brasileiros mortos até o momento. Inclusive, o governo prepara uma missão para retirar brasileiros que estejam no país do Oriente Médio. rtas em árabe emitidos pelos militares israelenses.
Retirada de moradores
O Exército de Israel anunciou neste domingo que pretende retirar todos os israelenses que vivem perto da Faixa de Gaza dentro de 24 horas. “Nossa missão nas próximas 24 horas é retirar todos os residentes que vivem ao redor de Gaza”, disse o porta-voz militar Daniel Hagari aos repórteres, acrescentando que os combates continuam para “resgatar reféns” mantidos por militantes em Israel.
No sábado, o Exército referiu-se a dois locais num raio de 20 quilômetros da fronteira de Gaza onde estavam detidos reféns. A mídia israelense informou que reféns foram libertados em Beeri e Ofakim, mas o Exército se recusou a fornecer detalhes.
Até a manhã do domingo, os militares israelenses atingiram 500 alvos do Hamas, incluindo a “infraestrutura militar do grupo, casas de comandantes e símbolos do regime do Hamas”, disse Hagari. Ele disse que as forças israelenses assumiram o controle de pontos de onde militantes invadiram Israel vindos da Faixa de Gaza. “As forças mataram centenas de terroristas no terreno”, disse ele, acrescentando que dezenas foram feitos prisioneiros.
Ameaça do Hezbollah no norte
Os conflitos anteriores entre Israel e os governantes do Hamas em Gaza trouxeram destruição generalizada em Gaza e dias de lançamento de foguetes contra cidades de Israel.
A situação é potencialmente mais volátil agora, com o governo de extrema direita atingido pela violação de segurança sem precedentes e palestinos desesperados com uma ocupação sem fim na Cisjordânia e o bloqueio sufocante de Gaza.
Ataques na fronteira norte de Israel também ameaçam atrair a batalha contra o Hezbollah, um feroz inimigo de Israel que é apoiado pelo Irã e estima-se que tenha dezenas de milhares de foguetes à sua disposição. O Hezbollah disparou dezenas de foguetes e projéteis no domingo contra três posições israelenses numa área disputada ao longo da fronteira e os militares de Israel responderam usando drones armados.