O atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac), Moíses Diniz, usou as redes sociais neste domingo (15) para criticar o artigo da Folha de São Paulo, um dos maiores jornais do país, que fala acerca da situação de emergência climática que o Acre e outros estados da Amazônia vivenciam – como a seca dos rios, a morte de animais aquáticos e a ameaça à vida dos povos tradicionais.
Nas redes sociais, o ex-comunista afirma que a Amazônia paga a conta da ‘civilização’ e alfineta a Folha de São Paulo: “decidiu que sabe sobre o Acre, Rondônia e Amazonas, mais do que nós”.
Segundo o ex-comunista, o periodico não teve sequer o trabalho de olhar os dados sobre cobertura florestal nesses Estados. Moisés Diniz, que é vice-presidente da Academia Acreana de Letras (AAL), criticou ponto por ponto o editorial da Folha de São Paulo.
“O AMAZONAS, por causa da bilionária Zona Franca de Manaus, tem desmate quase zero (com problemas no Sul do Estado) em relação ao seu imenso território e à sua magnífica hidrografia. Lá, quase tudo é floresta e água. E é aonde a seca está mais severa. RONDÔNIA tem mais de 30% de seu território desmatado. Ficou rico na frente do Acre às custas de um agronegócio agressivo e de larga escala. Lá, a seca também castiga os irmãos rondonienses. O ACRE, sem incentivo bilionário da Zona Franca de Manaus e sem as grandes usinas hidrelétricas de Rondônia, é o Estado que fez o melhor dever de casa na Amazônia, com apenas 13% de áreas abertas. A seca aqui também nos aflige”, afirmou.
No final do texto, Moíses afirma que São Paulo, onde está a Folha e o 2º PIB da América Latina, antes de escrever sem saber, deveria mandar suas megaempresas virem ao Acre e acertar a dívida delas, fazendo compensação de carbono.
“O resto é intelectual desinformado das margens do Tietê”, disse Moíses Diniz.