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Na Ponta da Língua: pela 1ª vez desde as Diretas Já, PT pode ficar fora das eleições

Por Matheus Mello, ContilNet

Foto: Ascom

Após 20 anos à frente da Prefeitura de Rio Branco, o PT perdeu o protagonismo na capital e deve atingir um marco em 2024: pela primeira vez pode não ter um candidato majoritário concorrendo ao cargo. Desde a promulgação da constituição de 1988, o partido nunca deixou de disputar a Prefeitura da capital. Em 1985, ano em que os rio-branquenses puderam escolher pela primeira vez seu prefeito por meio do voto direto, logo após o fim da ditadura militar, com o surgimento da Nova República, o PT concorreu com uma chapa puro sangue: Raimundo Cardoso de Freitas como prefeito e José Granjeiro Mendes como vice. A chapa foi a 4ª mais votada, com apenas 1.600 votos. O prefeito eleito na época foi Adalberto Aragão, pelo extinto PMDB. Desde então, o partido concorreu em todas as eleições e conseguiu eleger 3 prefeitos: Jorge Viana em 1992, Raimundo Angelim em 2004 e 2008 e Marcus Alexandre, em 2012 e 2016. Nas últimas eleições, em 2020, o PT disputou a Prefeitura com o então deputado estadual Daniel Zen, que saiu derrotado.

Ao que tudo indica 

O PT sabe que ainda não é a hora de lançar um candidato majoritário, principalmente por conta do bolsonarismo que ainda é forte no Acre. O partido deve estar no palanque de Marcus Alexandre, que volta a concorrer ao cargo após as eleições de 2016. 

Não vê problemas 

Daniel Zen, que atualmente é presidente do PT no Acre, em entrevista ao ContilNet em agosto, logo após a filiação de Marcus ao MDB, sobre uma possível aliança com o partido de Flaviano Melo, disse que “todos os cenários são possíveis no campo democrático” e que não vê problema na possibilidade de o MDB encabeçar a chapa na disputa pela Prefeitura. 

Frente ampla 

Ainda na entrevista, Zen disse que já vem conversando com outros partidos progressistas para formar uma frente ampla democrática. É quase o que aconteceu nas eleições presidenciais de 2022, quando o presidente Lula conseguiu unir 13 partidos de diferentes espectros em torno da sua candidatura. Aqui em Rio Branco, o foco é eleger Marcus Alexandre.

“Hoje, o PT aqui no Acre está disposto a uma aliança com o MDB e com os demais partidos progressistas. Eles já me chamaram lá pra conversar, para analisar cenários e possibilidades. Não tem nada definido ainda, mas a gente tem conversado com os dirigentes de todos esses partidos que compõem esse chamado campo progressista, que vai da esquerda passando pelo centro até a centro-direita democrática. Nós estamos conversando muito”, disse Zen na época. 

Ainda é cedo 

Não se sabe ainda se o PT vai tentar abocanhar uma indicação a vice-prefeito na chapa de Marcus. Fontes dentro do MDB já disseram que a cúpula entende que ter um candidato petista como vice é arriscado e por conta da onda do anti-petismo, poderia ser um tiro no pé. 

Faz falta 

Ainda falando sobre o presidente do PT, Daniel Zen faz muita falta no parlamento da Assembleia Legislativa do Acre. Quando era deputado, ele sempre travava os melhores embates com a base governista de Gladson. Sempre com um discurso conciso, inteligente e afiado, Zen movimentou muito a legislatura passada, que anda bem xoxa por sinal. 

Não só ele 

Outro que também faz muita falta no parlamento é o do médico Jenilson Leite. Muito educado, ele trazia à tona assuntos extremamente importantes e batia de frente com os deputados da base. Jenilson, inclusive, deve ser um nome que estará na disputa pela Prefeitura de Rio Branco no ano que vem. 

Arriscado 

A deputada Michelle Melo fez acusações graves à cúpula da Polícia Civil do Acre. Se conseguir provar tudo que falou no plenário da Aleac, pode ser instaurado mais uma crise dentro do governo Gladson. Caso contrário, a parlamentar encontrou um problema e tanto. 

Calado, de novo 

Mais uma vez eu digo: é quase insustentável a permanência do deputado Manoel Moraes na liderança do governador Gladson Cameli na Aleac. Enquanto a deputada Michelle apresentava um longo discurso cheio de acusações contra o delegado-geral da Polícia Civil, Manoel calado estava, calado ficou. 

Puxadinho 

Líder da oposição na Câmara Municipal de Rio Branco, Elzinha Mendonça saiu esbravejando que o parlamento mirim virou um puxadinho da Prefeitura de Rio Branco. E o prefeito tem culpa de ter uma base governista grande? 

Ahhh esse piso!

O que a coluna disse anteriormente sobre a gestão da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) fica cada vez mais claro: o secretário Pedro Pascoal é um gestor que pouco erra. Mesmo enfrentando um problema complicado como o do Piso Salarial da Enfermagem, ele consegue, aos poucos, entrar em consenso com a Procuradoria-Geral do Estado e com os representantes do Sindicato.

Traçando 

O deputado estadual Nicolau Júnior vem preparando terreno para alçar voos mais altos em 2026. Cada vez mais perto de Brasília, o parlamentar, a convite da deputada Socorro Neri, participou de uma reunião da frente parlamentar mista da Educação, da Câmara Federal. Fica cada vez mais claro que Nicolau deve disputar uma cadeira da bancada federal nas próximas eleições. 

Não há como negar 

Embora às vezes extrapolando nos extremos, o senador Marcio Bittar tem razão ao dizer que algumas ONGs atrapalham a construção de obras importantes para o desenvolvimento no Acre. A ponte de Rodrigues Alves, por exemplo, que já tinha até recurso de R$ 16 milhões disponível, precisou ser embargada por conta de uma ação civil protocolada pela ONG SOS Amazônia junto ao Ministério Público Federal. A mesma ação pede a suspensão da construção da estrada que liga Cruzeiro do Sul a Pucallpa. Ambas as obras são pedidos pela população da região do Vale do Juruá.

Senado Federal no Acre pode pegar fogo 

Falando em ONGs, a CPI do Senado Federal que investiga a atuação dessas instituições na Amazônia Brasileira chega ao Acre para ouvir moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes e realizar uma audiência pública na Aleac. Fontes disseram que a cúpula administrativa da ONG SOS Amazônia também deve desembarcar na Resex. Um encontro que promete os melhores embates.

Off 

– Andam dizendo por aí que a ficha de uma certa deputada e do pai dela já está sendo levantada para tentar achar todos os podres possíveis;

– Um deputado quase chorou na Aleac após a aprovação do PL que muda as regras de contratação de servidores terceirizados na Saúde;

– Agora a empresa terceirizada dele vai ter que passar por um estudo de viabilidade econômica, custos, benefícios e a devida previsão na Programação Anual de Saúde – PASJ.

– O ex-deputado Neném Almeida deve voltar ao cenário político com o apoio do ex-prefeito Marcus Alexandre;

– Petecão ainda mais próximo do que nunca da cúpula do governo do Estado. Só nessa manhã, o senador encontrou mais secretários e diretores do que o governador Gladson;

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