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Em defesa de Gladson, Longo diz que Marcus Alexandre respondeu mais de 40 inquéritos e cita G7

Por Matheus Mello, ContilNet

O deputado estadual e líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Edvaldo Magalhães (PCdoB), subiu no plenário durante a sessão desta quarta-feira (11), e começou a ler trechos do pedido da Polícia Federal, acatado pela ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nancy Andrighi, que desmembrou os inquéritos da Operação Ptolomeu, em que o governador Gladson Cameli é investigado.

Logo após, o deputado estadual Pedro Longo (PDT), que faz parte da base governista na Aleac, defendeu o governador das acusações e lembrou que as investigações da Ptolomeu começaram em 2020. “Nós estamos hoje em outubro de 2023 e até hoje sequer foi possível chegar a uma conclusão. Não há uma denúncia para que os supostos acusados possam se defender. E não conseguindo concluir nada, pediram o desmembramento para ver se acham alguma coisa”.

Longo seguiu dizendo que é necessário fazer ponderações sobre a Ptolomeu, já que nos últimos anos, segundo ele, o Acre assistiu muitos casos de inquéritos que foram injustos e que expuseram as pessoas. “Causaram até mortes e depois foram inocentados’.

Pedro Longo já foi líder do governo Gladson Cameli na legislatura passada. Foto: Juan Diaz/ContilNet

O deputado lembrou casos como o da Operação G7, da Justiça Federal, que investigou o alto escalão do ex-governador Tião Viana (PT), por suspeita de fraude para beneficiar uma construtora no processo de licitação da construção de um hospital no município de Brasileia. “Ao final se concluiu que sequer havia crime. Não havia materialidade. Mas um empresário morreu, provavelmente em função do sofrimento dessa operação”, disse Longo.

O parlamentar citou ainda os 41 inquéritos sofridos pelo ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, quando ainda era superintendente do Deracre, em processos sobre a BR-364. “Quantos [inquéritos] sobreviveram? Nenhum. O último foi arquivado agora. Mas foram anos com essas acusações pendentes”, declarou Longo.

Ele aproveitou para falar que a base governista de Gladson na Aleac deve continuar na defesa dele na Casa. “Nós da base confiamos no governador e temos certeza que ao final desses inquéritos a inocência será provada”, completou.

Em uma afronta ao líder da Oposição, Longo declarou: “Não vamos fazer pré-julgamento. Não adianta ficar fazendo leitura de inquérito da Polícia Federal. Isso não quer dizer absolutamente nada. Eram os mesmos que tinham da G7, os mesmos do Marcus Alexandre, que ao final se deram infundadas”, completou.

Edvaldo retornou ao plenário para rebater as falas de Longo e apenas disse: “Só queria pedir ao deputado Pedro que não se comporte como aquele que quer bater no carteiro. Eu só estou lendo a carta, não externei uma opinião”, ironizou.

Edvaldo Magalhães, líder da Oposição na Aleac. Foto: Juan Diaz/ContilNet

Pedido da PF

A ministra Nancy Andrighi tomou a decisão em razão da complexidade das investigações. Gladson lembrou que o pedido foi solicitado em abril deste ano e só agora foi acatado. Questionado sobre o que achava em relação à decisão, Gladson comemorou.

Governador Gladson Cameli/Foto: Matheus Mello/ContilNet

“Eu amei. Eu quero que eles digam o que está acontecendo. Eu já disse que não tenho medo. Pode fazer o que quiser. Isso não me prejudica. Prejudica o Estado”, disse o governador ao ContilNet.

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O ofício encaminhado pela PF destacou que o processo de investigação da operação já desencadeou diversos mandados e que por isso “recomendam a separação dos procedimentos, sob pena de obstaculizar o andamento dos trabalhos e, eventualmente, contrariar o princípio da duração razoável do processo”.

Ao acatar o pedido, a ministra relatou que o desmembramento não causa prejuízos à defesa do governador Gladson Cameli.

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