Pimenta: família Sales pode trocar Jéssica por outro membro do clã em disputa por Prefeitura

O pai da ex-deputada, Vagner Sales, líder do MDB no Juruá e chefe político da família Sales

Foto: Reprodução

Jéssica Sales não quer ser prefeita

Em Cruzeiro do Sul, são cada vez maiores os rumores de que, apesar de bem avaliada, aparecendo sempre na casa dos 60% na aceitação popular, segundo várias pesquisas já divulgadas, a ex-deputada federal Jéssica Sales não será candidata à Prefeitura da segunda maior cidade do Acre. E não seria pela prosaica razão de que ela não quer o cargo.

Jéssica estaria preferindo se guardar para 2026, para a disputa de um cargo maior, de deputada federal, Senado ou mesmo para o Governo do Estado.

Vagner Sales nega

O pai da ex-deputada, Vagner Sales, líder do MDB no Juruá e chefe político da família Sales, a cada vez que o assunto vem à baila, nega com ênfase as informações. Numa nota pública chegou a perguntar: quem não é candidato à Prefeitura tendo 70% de aceitação popular?

De fato, com um índice desses dificilmente alguém deixaria de ir à disputa. Mas Jéssica Sales estaria propensa a ser a exceção nesta teoria, por questões bem pessoais, além da política.

Voos mais altos em 2026

É que, médica e sócia de uma clínica bem conceituada em Brasília, além de ter passado num concurso no serviço púbico, a ex-deputada estaria ganhando muito bem e bem mais que o salário de deputada ou o que ganharia como prefeita, um salário na casa dos R$ 15 mil, se muito for. Além disso, há a estratégia pessoal de que, se se guardar para 2026 e poder alçar voos mais altos que a Prefeitura de Cruzeiro do Sul.

Nova estratégia na família

Vagner Sales já teria ouvido isso da própria filha, mas insistiria em dizer que ela mantém a pré-candidatura. No entanto, a família Sales já trabalharia uma alternativa para não ficar fora da disputa e do poder na Prefeitura de Cruzeiro do Sul. A estratégia nova atenderia por Fagner Sales, o filho homem do casal Vagner e Antônia Sales.

Nesta nova estratégia, Fagner Sales, que disputou a Prefeitura pelo MDB em 2020 e perdeu para o atual prefeito Zequinha Lima, seria candidato a vice-prefeito. Candidato exatamente na chapa de Zequinha Lima, numa coligação do MDB e PP.

Enfim, de volta à Prefeitura

Essa estratégia incluiria ainda o ano de 2026, quando Zequinha Lima, se reeleito, deixaria o cargo para ser candidato a deputado estadual e a Prefeitura cairia, enfim, nas mãos da família Sales, com Fagner Sales alçado à condição de prefeito.
Essas informações podem até não se confirmar, mas é o assunto discutido em Cruzeiro do Sul em todas as rodas, nas igrejas, nos bares, nas esquinas, enfim, onde houver gente falando de política em Cruzeiro do Sul.

Uma pedra chamada Clodoaldo

Ainda sobre a disputa em Cruzeiro do Sul, em 2024, é de se notar a ação do deputado estadual Clodoaldo Rodrigues, muito bem votado no Juruá na última eleição. Consta que, em todos os finais de semana, trajando bermudas e calçando sandálias, além de falar a linguagem popular, o deputado tem andado por vários ramais da zona rural de Cruzeiro do Sul fazendo churrasco e se colocando como alternativa na disputa pela Prefeitura.

Se resolver os problemas da última campanha junto à Justiça Eleitoral, Clodoaldo poderá ser uma pedra no sapato dos que acham que as estratégias de véspera de campanha já decidiram a eleição em Cruzeiro do Sul.

Bocalom acorda vereadores

Já em Rio Branco, os vereadores, mal acordaram nesta sexta-feira (20), e já foram bombardeados com mensagens via WhatsApp, pelo prefeito Tião Bocalom exortando-os a votarem, inclusive os de oposição, a favor do projeto de pedido de empréstimo de R$ 340 milhões à Prefeitura. Esta foi a mensagem do prefeito: “Precisamos da aprovação do projeto ainda hoje! Isto será um ato de amor ao nosso povo que nos paga! Forte abraço! Tião Bocalom, Prefeito”.

Economia de R$ 450 milhões

Em outra mensagem, Bocalom escreveu: “Tenho consciência que se alguém que conseguiu economizar R$ 450 milhões, como nós fizemos, feito nunca realizado em nem 10% de nenhum gestor que passou pela prefeitura, temos todo o direito de buscar os empréstimos abaixo, para SOMAR aos 450 milhões que economizamos para investimentos. Estes recursos juntos, vão gerar milhares de empregos e fomentar a economia local”.

Bocalom conta como vai gastar

O prefeito justificou o empréstimo apontando aos vereadores os seguintes dados: “Destes recursos que estamos buscando, 120 milhões será (sic) para água e esgoto, que a população clama há mais de 30 anos e que precisamos mais de 500 milhões para resolvermos o problema; 150 milhões para o asfalto, que é o grande problema hoje, e que também precisaria mais de 1 bilhão para resolvermos todos os problemas de hoje; 30 milhões para a segurança da população”.

Fábio Araújo não gostou

Quem, ao que parece, não gostou nem um pouco da proposta e das mensagens do prefeito foi o vereador Fábio Araújo, PDT, um dos dois a fazer a oposição ao prefeito num grupo de 17 vereadores (a outra é a vereadora Elzinha Mendonça, do PSB). A reação do vereador às mensagens do prefeito foi a seguinte: “O prefeito jacta-se de ter feito um caixa de quase R$ 500 milhões e agora quer fazer um empréstimo? ”, questionou. “Só agora irão refazer as Ruas do Povo porque está chegando o ano da eleição. O prefeito passou três anos falando que não iria fazer sequer uma rua”, observou o vereador.

Gestores “barbeiros”

Fábio Araújo também acusou os gestores municipais de “barbeiros” e mal-intencionados “O prefeito já gastou R$ 30 milhões com o Recupera Rio Branco e não prestou contas; recentemente anunciou mais R$ 70 milhões para recuperação asfáltica e até agora sequer saiu a licitação; ele encaminha à Câmara um projeto de R$ 150 milhões para pavimentação; manda também R$ 140 milhões para o Saerb; e mais R$ 40 milhões para o 1001 dignidade, que, até a presenta data, não existe nenhuma informação sobre esse programa”, questionou Fábio Araújo.

Senador “duas caras”

O ano era 1990 e o debate numa comissão do Senado, naquele dia, girava em torno de uma concessão de funcionamento de uma emissora de TV para o Acre, projeto defendido pelo então senador acreano Nabor Júior (MDB). Ele havia inclusive falado com outros senadores de outros estados para aprovarem a proposta. Um do senadores abordados por Nabor foi Esperidião Amim, de Santa Catarina, que teria prometido votar a favor.

Veio a votação e constatou-se que Amim havia votado contra o que havia prometido, o que atraiu a indignação de Nabor. Dedo em riste, o pequenino Nabor parecia um gigante em irritação e tentou enquadrar Esperidião Amim, acusando-o de ter “duas caras”.

E o senador catarinense, óculos fundo de garrafa e sem um fio de cabelo na cabeça para chamar de seu, deixou Nabor muito mais irritado ao se defender:

– Senador Nabor Júnior, se eu tivesse duas caras, o senhor acha que iria sair na rua com esta daqui? – perguntou.

O plenário da comissão do Senado veio abaixo, com os demais senadores caindo na risada.

Nabor é que não achou nada engraçado…

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