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Pimenta: grupo de delegados estaria tramando para derrubar Henrique Maciel, diz deputado

Por Tião Maia, ContilNet

Henrique Maciel durante entrevista ao podcast nesta quinta-feira/Foto: Gleison Júnior/ContilNet

PSDB e PT: cada vez mais parecidos

A situação vivenciada pelo PT no Acre, que governou o Estado por 20 anos e que após isso, além de perder os mandatos no Senado, na Câmara Federal, na Assembleia Legislativa e não conseguir eleger um só vereador na Capital em 2020, além da humilhante derrota de Jorge Viana e de sua candidata ao Senado, Nazaré Araújo, em 2022, lembra a situação do PSDB em São Paulo.   

No poder paulista desde o governo Mário Covas, passando por José Serra e vários mandatos de Geraldo Alckmin, até chegarem a João Dória, em 2018, o PSDB viu sua longevidade, em 2022, ir por terra com a eleição de Tarcísio de Freitas. Isso faz com que os tucanos, assim como os petistas acreanos, não sonhem, nem de longe, em voltar ao poder em breve. 

Desgaste do material 

Como os petistas acreanos, os tucanos paulistas devem pegar balsa também em 2024. Uma balsa arrumada, como diz o acreano. Estudiosos da política recorrem à linguagem da engenharia para justificar o que aconteceu com o PT acreano e o PSDB paulista: desgaste do material.

Ilustres desconhecidos e esquecidos

O mês de outubro, em que se comemora os 35 anos da Constituição Federal, promulgada a 5 de outubro de 1988 como a mais cidadã de todas as constituições já elaboradas no país, no dizer de Ulysses Guimarães, os 11 acreanos que assinaram o documento que mudou a história recente do país, não foram lembrados nem receberam quaisquer homenagem. Dos constituintes de 1988, dois senadores e oito deputados, eleitos em 1986, cinco estão vivos – Nabor Júnior (ex-senador) e os ex-deputados Rubem Branquinho, Maria Lúcia, Narciso Mendes e Osmir Lima, hoje ilustres esquecidos e desconhecidos pelas novas gerações, inclusive de políticos com mandatos.

Senadores Nota 10 do Diap

Dos 11, só Mário Maia não foi eleito em 1986. Eleito senador em 1982, acabou virando senador constituinte porque o mandato já era de oito anos e ele alcançou a Assembleia Nacional Constituinte, convocada em 1987, pelo então presidente José Sarney. Como senador, Mário Maia chegou a obter nota 10 do Diap, o Departamento de Assessoria Intersindical que conferia nota máxima  aos constituintes que votassem de acordo com os interesses dos trabalhadores. Mário Maia e Mário Covas, senador por São Paulo, foram destaques no Diap.

Constituintes que partiram

Dos constituintes acreanos que partiram para outra dimensão, o primeiro foi Geraldo Fleming, em 1991. Em seguida, veio Mário Maia, em 2000. O terceiro foi Francisco Diógenes, em 2006; José Melo, em 2019, e Alércio Dias, em 2020.

Todos deram enorme contribuição à democracia e à Carta Magna do país, mas também foram relegados ao esquecimento 

Delegado vítima de manobras

O diretor-geral de Polícia Civil, delegado Henrique Xavier Maciel, que vem sofrendo uma bateria de acusações, vem sendo vítima de manobras políticas que visam derrubá-lo do cargo. A denúncia foi feita na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), pelo deputado estadual Afonso Fernandes (PL). Afonso denunciou a manobra e pediu cautela ao criticar Henrique Maciel ao acusá-lo de crimes que ele não cometeu.

De acordo com o deputado, ao acusar o delegado, é necessário que se tenha cautela “para que as denúncias não caiam no vazio”. Sobre as denúncias de tráfico de influência que teria sido praticado pelo deputado, Afonso Fernandes afirmou que é totalmente inverídica a acusação. “Não houve tráfico de influência e ele sequer estava no cargo de diretor-geral na época”, disse o deputado.

Grupo de delegados tramando 

As denúncias contra o delegado Henrique Maciel vieram a público, na semana passada, também na Aleac, através da também deputada Michele Melo (PDT). Sem citar nominalmente a parlamentar, Afonso Fernandes disse que interesses políticos movimentam a onda de denuncismos contra o delegado Henrique Maciel. “A quem interessa querer a cabeça do delegado Henrique Maciel? Não entendemos por que estão trazendo de volta um acontecimento de 2019. Com certeza têm interesses por trás disso, pois todos sabem que há um grupo de delegados interessados em derrubar o diretor-geral e por trás há grupos políticos poderosos. Precisamos ter cautela na onda de denúncias sem provas”, denunciou.

Michele Melo volta à carga 

Indiferente ao discurso do colega Afonso Fernandes, a deputada Michele Melo voltou a abrir a caixa de ferramentas contra o delegado Henrique Xavier. Em discurso na sessão de hoje, ela indagou: “Por que o governo acha seguro deixar um investigado de assédio sexual e moral a frente da Polícia Civil? Deixariam um investigado de assédio proteger sua família?”.

A deputada protocolou dois requerimentos: o primeiro solicitando a presença do delegado José Henrique Maciel, para prestar esclarecimentos, e o segundo solicitando o seu afastamento do cargo. “Essa não é uma denúncia sem fundamento, a própria PGE afirma isso no seu parecer. Eu apresentei um requerimento para que ele venha até essa casa prestar esclarecimentos”, disse Michele Melo.

 Deputado quer regularizar jogos 

Ainda na Aleac, o deputado Fagner Calegário protocolou Projeto de Lei que visa regularizar a prática esportiva eletrônica no Estado do Acre. O parlamentar disse que busca contribuir para o reconhecimento da importância dos esportes eletrônicos na vida dos jovens e adolescentes do Estado.

De acordo com Calegário, o Projeto de Lei também tem a importante função de tornar a prática mais acessível a todos, gerar socialização, propiciar a prática esportiva educativa, combater a discriminação de gênero e fortalecer o raciocínio e habilidade motora de seus praticantes.

“Atletas” eletrônicos 

Em caso de aprovação, e se sancionado pelo Poder Executivo, o Projeto de Lei também garantirá que os praticantes de esportes eletrônicos passem a receber a nomenclatura e direitos de “atleta” e instituiu o “Dia Estadual do Esporte Eletrônico”, a ser comemorado em 19 de maio.

Boclaom vai para o PL?

A filiação do vereador João Marcos Luz ao PL, ele que era do MDB e pediu desfiliação assim que o ex-prefeito Marcus Alexandre chegou ao partido, pode ser um indicativo de que o prefeito Tião Bocalom buscaria nesta sigla alternativa para concorrer à reeleição. Filiado ao PP mas pressionado pela direção da sigla a deixar o Partido, Bocalom tem dito que só sai se for expulso. 

Luz é o líder do prefeito na Câmara e sua ida para o PL indica que, se for mesmo expulso do PP, e parece que deve ser, Bocalom, teria o PL como alternativa para concorrer em 2024.

De braços abertos 

No PL, Tião Bocalom seria recebido de braços abertos. Manifestações neste sentido vêm sendo feitas pelo senador Márcio Bittar, dirigente nacional da sigla e que não esconde de ninguém o interesse de ter o prefeito em suas fileiras. Bittar deve apoiar a reeleição de Bocalom.

O “touro gay” do João Tezza

Assembleia Estadual Constituinte,1998. No plenário, o jurista João Tezza, deputado do PFL, era o relator encarregado em transformar as propostas que formariam a futura Constituição Estadual, o que defendia os demais deputados. Entre eles, o já conhecido Manuel Machado, do MDB. O relator e o deputado tinham em comum a atividade de produtores rurais, como pecuaristas.

Machado ficara então sabendo que Tezza era dono de um touro puro sangue, de boa raça, e propôs a compra do animal belo e garboso, reprodutor objeto de desejo de muitos criadores de gado. João Tezza aceitou vender o animal e  Machado levou o touro para sua fazenda para “cobrir” um plantel de novilhas.

O pagamento a Tezza pela venda do animal, muitos dias passados do negócio, não era feito. Até que um dia o deputado do PFL resolveu cobrar o colega do MDB. A resposta de Manuel Machado:

– Teu touro é gay, deputado. Não pegou nenhuma novilha e eu quero devolver o bicho.

João Tezza aceitou a devolução. 

Meses depois nasciam na fazenda de Machado animais da mesma raça do “touro gay”…

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