O isolamento do município de Jordão, interior do Acre, vem afetando indígenas da etnia Huni Kuin/Kaxinawá e ribeirinhos das comunidades mais afastadas do estado.
Segundo uma denúncia feita pelo vereador Sivaldo Kaxinawá, ao ContilNet, por conta da falta de uma agência da Caixa Econômica Federal em Jordão, essa população estaria precisando recorrer a cambistas para sacar dinheiro e realizar outras transações.
Os cambistas seriam do município vizinho, em Tarauacá, onde existe uma agência do banco. Porém, de acordo com o vereador, os indígenas precisam pagar uma taxa de serviço de R$ 100, além de emitir uma procuração, que dá aval legal para os cambistas sacarem o valor no banco. O valor do documento custa R$ 50 no cartório do município.
“Quando chega época do pagamento, tem que ir lá no cartório fazer uma procuração. Você vai pagar R$ 50 para uma procuração, vir para Tarauacá, e essa pessoa responsável ainda vai tirar o seu dinheiro. R$ 100 ou mais. Nosso povo está sofrendo”, disse.
“Aquele que recebe R$ 600 do bolsa família, ele paga isso tudo. Vai ficar com o que no final?”, completou o vereador.
Silvaldo informou que foi realizado uma denúncia ao Ministério Público sobre o caso. Até o momento o município segue sem uma agência do banco.