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Quem é Hezbollah, libanês líder do PCC apontado como cruel com os inimigos

Por UOL

Libanês Mohamad Hassan Atris, o Hezbollah, apontado como um dos líderes e juiz do "tribunal do crime" do PCCImagem: Divulgação / Polícia Civil

Libanês Mohamad Hassan Atris, o Hezbollah, apontado como um dos líderes e juiz do "tribunal do crime" do PCC

Libanês Mohamad Hassan Atris, o Hezbollah, apontado como um dos líderes e juiz do “tribunal do crime” do PCCImagem: Divulgação / Polícia Civil

Frio, cruel e impiedoso com os inimigos. É assim que a Polícia Civil de São Paulo classifica o libanês Mohamad Hassan Atris, 53, o Hezbollah, apontado pelas autoridades como um dos líderes e juiz do “tribunal do crime” do PCC (Primeiro Comando da Capital) na zona leste paulistana.

Segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), Hezbollah julgou, condenou e aplicou a sentença de morte a quatro rapazes de Cidade Tiradentes, na zona leste da capital, em maio de 2022. O libanês foi denunciado à Justiça e é um dos 11 réus no processo sobre os assassinatos.

O “tribunal do crime” acusou os jovens de estuprar duas garotas ligadas a integrantes do PCC após um baile funk. As vítimas foram mortas a tiros e enterradas em covas clandestinas, apenas com os pés para fora, em uma região de mata em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

O processo contra Hezbollah e os comparsas tramita em segredo de justiça na 1ª Vara do Júri da Capital. Fontes policiais disseram à reportagem que a próxima audiência está prevista para o dia 27 de novembro deste ano. Na ocasião serão ouvidas testemunhas do caso.

Hezbollah teve a prisão preventiva decretada em 18 de novembro de 2022, mas permaneceu foragido até 10 de abril de 2023, quando acabou capturado por PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) no bairro do Brás, região central da cidade, após perseguição.

Ele apresentou um documento falso. Os militares argumentaram que receberam denúncia anônima, prenderam-no e foram ao apartamento dele, também no Brás, onde disseram ter encontrado 16 papelotes de cocaína, quatro porções de maconha e outras seis de haxixe.

Perigoso e reincidente

Hezbollah foi condenado em agosto deste ano a sete anos e nove meses em regime fechado, por tráfico de drogas, e mais três anos e 15 dias em regime semiaberto, por falsidade ideológica. A sentença é da juíza Tatiana Franklin Regueira, da 29ª Vara Criminal da Capital.

No entendimento da magistrada, “as provas colhidas contra o acusado são seguras e harmônicas, deixando patente a autoria e a materialidade dos crimes imputados ao réu na denúncia, motivos pelos quais a condenação é medida de rigor”.

A juíza também observou na sentença que “o réu é reincidente, cometeu crime gravíssimo elencado dentre aqueles que colocam a sociedade em desassossego, o que indica periculosidade e que solto poderá voltar a delinquir”.

O que disse a defesa? De acordo com o MP-SP, a defesa de Hezbollah recorreu da decisão judicial e pediu a absolvição do réu, alegando “nulidade da abordagem policial em razão da ausência de lastro probatório da denúncia anônima”. O caso deve ser julgado em segunda instância nos próximos dias.

Policiais civis disseram que Hezbollah está preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista. A unidade é considerada pelas autoridades carcerárias como um dos principais redutos do PCC no sistema prisional paulista.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Mohamad Hassan Atris, mas o espaço segue aberto para manifestação.

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