O nível do rio Madeira baixou mais de 10 centímetros em 24 horas em Porto Velho e ficou abaixo de 1,20 metro pela primeira vez na história. Segundo a Defesa Civil Municipal, se o nível não subir nos próximos cinco dias, a capital deve entrar para o estado de emergência.
Desde o último mês, a seca fez o rio Madeira bater uma sequência de recordes. Nesta quinta-feira, a Defesa Civil informou que o rio estava em 1,19 metro na régua de medição, o menor já registrado.
Uma reunião deve ser realizada na “Sala de Crise”, nesta quinta-feira (5), entre integrantes de órgãos que monitoram as bacias do rios na Amazônia: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).
Mais de 15 comunidades ribeirinhas, que dependem de poços amazônicos, foram afetadas pela seca do rio Madeira e estão sem acesso à água. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia, responsável pelo abastecimento de água em Porto Velho, cerca de 15 mil pessoas estão sem água por causa da seca.
Além disso, a hidrelétrica de Santo Antônio, uma das maiores do Brasil, foi desligada por causa da baixa vazão de água que passa pela calha do rio para gerar energia. A hidrelétrica funciona em sistema de fio d’água, ou seja, mantém um reservatório pequeno e depende da vazão do rio para funcionar.
Com a suspensão das operações de Santo Antônio, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) decidiu desligar também os bipolos de uma das maiores linhas de transmissão de energia elétrica do país: o Linhão do Madeira.
Com mais de 2,3 mil quilômetros de extensão, a linha conecta as usinas de Jirau e Santo Antônio à região Sudeste do país, mais especificamente na subestação de Araraquara (SP).
O objetivo do desligamento do Linhão é priorizar o abastecimento de energia em Rondônia e no Acre, já que apenas uma das duas usinas instaladas no rio Madeira estão em funcionamento.