O acidente aéreo que deixou 12 mortos carbonizados numa área próxima ao Aeroporto Internacional de Rio Branco no último domingo (29) foi o quarto registrado no Acre em proporção e número de vítimas. Nos quatro acidentes, registrados num período inferior a 50 anos e em municípios diferentes, já contando com os mortos do último domingo, em Rio Branco, o total de vidas perdidas é de 75 pessoas.
O primeiro e maior acidente foi registrado em 28 de setembro de 1971, em Sena Madureira, quando o avião DC3, da empresa Cruzeiro do Sul, que viajava com destino a Rio Branco, apresentou problemas no motor, bateu em uma árvore e caiu em um matagal na comunidade Boca do Caeté.
O acidente deixou 33 mortos, entre passageiros e tripulação. Ao cair, como no acidente do último domingo, em Rio Branco, o avião explodiu e não deixou nenhum sobrevivente. Todos morreram carbonizados – entre as vítimas estava o bispo Dom Giocondo Maria Grotti, que a época chefiava a Diocese da Igreja Católica no Acre.
O segundo maior acidente ocorreu em 30 de agosto de 2002, com o avião da Rico que fazia a linha Rio Branco/Cruzeiro do Sul., Naquela tragédia, morreram 23 pessoas, entre passageiros e tripulantes. Seis pessoas sobreviveram. O então deputado federal Ildefonço Cordeiro estava entre os passageiros mortos naquela tragédia.
Em 1977, uma nova tragédia, desta vez no município de Brasiléia, no Alto Acre, com sete mortos. O dia era 7 de outubro, uma sexta-feira. Um monomotor Cherokee-300 (PT-DDT) que havia decolado de Rio Branco para Brasiléia levando sete te passageiros, caiu às margens do rio Acre.
O motor do avião começou a pegar fogo em pleno ar. O grupo participaria de uma solenidade de inauguração do Posto Policial e da sede do Alojamento do 5° Batalhão da Polícia Militar do Acre no município.
A bordo estavam o secretário de Obras Públicas, Cleto Reinaldo Ramos; o secretário de Segurança Pública, José Maria de Castro Araújo, auxiliares do então governador Geraldo Mesquita, além do coordenador administrativo da Secretaria de Segurança, Otacílio Paulino de Almeida; o empresário e empreiteiro Odorico Andrade, o empreiteiro José Cordeiro Barbosa Filho, o empresário Júlio Gutierrez, e o piloto Luis Duarte Franco.
Aquele voo que nunca chegou a seu destino era de apenas 45 minutos. Os restos mortais dos passageiros do Cherokee-300 foram conduzidos num Cessna (PT-BVK) que pousou no Aeroporto Presidente Médici no final da tarde envolvidos num lençol e com identificação presumida em tiras de esparadrapos. O grupo está sepultado no cemitério São Joao Batista, em Rio Branco. O sepultamento foi coletivo, um cadáver ao lado do outro e o monumento aos mortos é um dos jazigos mais visitados anualmente, a cada Dia de Finados.
O voo do último domingo, outro que nunca achegaria ao destino, era para Eurunepé, com uma escala em Envira, municípios amazonenses que fazem fronteira com o Acre e que, a partir da capital acreana, podem ser alcançados de avião em menos de uma hora de voo.