Nesta semana, a Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre (Adepol) encaminhou um ofício ao governador Gladson Cameli, solicitando a exoneração do delegado-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel.
No texto assinado pelos delegados Marcos Cabral, presidente do Adepol; Danilo César Régis Almeida, vice-presidente; e Rodrigo Noll, diretor do Conselho de Ética, destacam-se os supostos casos de assédio que teriam sido cometidos por Maciel, além de uma série de outras acusações feitas pela deputada Michelle Melo (PDT), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
“A crise que assola a gestão da Polícia Civil está trazendo instabilidade interna e desconfiança por parte da sociedade, o que reflete na produção de seus resultados. Enquanto operadores do direito temos a convicção da necessidade do contraditório e da ampla defesa. No entanto, na gestão pública a condução de uma instituição necessita de um ambiente de transparência para que não paire quaisquer dúvidas sobre atos praticados por seus gestores”, disse trecho do ofício.
Em entrevista ao ContilNet, o delegado-geral disse que todas as acusações feitas contra ele já foram rebatidas em uma nota enviada à imprensa, e que até momento, nada de irregular foi encontrado. “Se tivesse alguma coisa, o Ministério Público já teria solicitado o meu afastamento”, disse.
O ofício da Adepol informou que “os delegados Integrantes não se veem mais representados enquanto V. EX estiver na condução dos destinos da instituição” e finalizou dizendo: “Por tudo o acima exposto, a ADEPOL, por seus associados presentes e representados em assembleia extraordinária, deliberou de maneira unânime que V. Ex não atende mais aos requisitos da conduta ilibada e da defesa institucional, motivo pelo qual requer seu afastamento imediato da função”.
Porém, Maciel disse que o ofício não representa todos os delegados da instituição. “Isso é a vontade deles [da executiva da Adepol], estou conversando com os outros delegados que não concordam com o ofício”.
O delegado-geral informou que nem ’50% dos delegados’ participaram da Assembleia Extraordinária que resultou no pedido de exoneração.
O ContilNet também entrou em contato com a assessoria de comunicação do governador Gladson Cameli para obter mais informações sobre o pedido. A secretaria Nayara Lessa informou que não há nenhuma novidade sobre o caso e que todas as denúncias contra o delegado foram arquivadas pelo Ministério Público do Acre (MPAC).
“Não há nada de novo sobre o caso. Todas as denúncias feitas contra o delegado Henrique Maciel foram arquivadas no MPAC, portanto, não há nada que o incrimine ou seja motivo para que saia do cargo. Se alguém tem algo novo a apresentar, que faça, mas o fato é que tudo o que existia de denúncia foi arquivado”, informou.