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Avião da FAB com 32 pessoas resgatadas da Faixa de Gaza chega ao Brasil

Por G1 Globo

Pousou no Recife, na noite desta segunda-feira (13), o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportou o grupo de 32 pessoas resgatadas na Faixa de Gaza. Eles aguardavam a autorização para deixar a região desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, há mais de um mês. O avião aterrissou às 20h21 na Base Aérea do Recife, na Zona Sul da cidade, e decolou para Brasília às 21h07.

No grupo estão 22 cidadãos brasileiros (natos ou naturalizados) e 10 palestinos – três parentes de primeiro grau de brasileiros e sete portadores do Registro Nacional de Migração (RNM) que devem receber status de refugiados.

A aeronave, de modelo VC-2 (Embraer 190), é a décima a voltar com repatriados ao Brasil desde o início dos confrontos, no dia 7 de outubro. Segundo a Aeronáutica, essa é a maior operação de resgate de brasileiros em áreas de conflito no exterior.

Avião da FAB com 32 pessoas resgatadas da Faixa de Gaza pousou no Aeroporto do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

Avião da FAB com 32 pessoas resgatadas da Faixa de Gaza pousou no Aeroporto do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

De acordo com a FAB, a aterrissagem no Recife é apenas uma parada técnica para abastecimento e nenhum passageiro vai desembarcar na capital pernambucana. O avião permaneceu no Recife até as 21h07, quando a aeronave seguiu viagem.

Após a parada no Recife, o voo com o grupo de resgatados seguiu para Brasília, onde será recebido pelo presidente Lula (PT). A previsão é que a aeronave pouse na capital federal às 23h30 desta segunda-feira. Segundo apurou o g1, os repatriados vão se dividir entre o Distrito Federal e os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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No Recife, os repatriados foram recebidos pelo secretário-chefe da assessoria especial da governadora Raquel Lyra (PSDB), Fernando Holanda. Enquanto a aeronave era reabastecida com combustível, eles fizeram um lanche, com frutas, bolo e sanduíches.

Com o voo desta segunda, até o momento, 1.477 pessoas e 53 animais de estimação foram resgatados do Oriente Médio.

Desde o início da operação, este é o quarto avião que pousa no Recife. Os dois primeiros trouxeram passageiros de Israel; o terceiro, transportou repatriados que vieram da Cisjordânia; e esta aeronave traz o grupo que aguardava o resgate na Faixa de Gaza.

Das 34 pessoas previstas para serem resgatadas neste voo, duas desistiram da viagem no dia em que a saída do grupo de Gaza foi autorizada. Uma mulher de 50 anos e sua filha, de 12 anos, decidiram não viajar, por motivos pessoais.

Hasan Rabee, um dos brasileiros repatriados na Faixa de Gaza

Hasan Rabee, um dos brasileiros repatriados na Faixa de Gaza, mostra resto do grupo no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) destacado pelo governo para transportá-los de volta ao Brasil, em 13 de novembro de 2023. — Foto: Hasan Rabee/ Arquivo pessoal

Quarta aeronave a pousar no Recife

Esta foi a quarta aeronave da FAB a pousar no Recife trazendo brasileiros e parentes da região onde desde o mês de outubro acontece a guerra entre Israel e o Hamas.

O primeiro desembarcou no dia 13 de outubro com 69 passageiros. Cinco pessoas ficaram no Recife, enquanto as outras 64 seguiram para Guarulhos (SP). Após descer na Base Aérea, os brasileiros resgatados tomaram café da manhã e reencontraram familiares.

No dia 21 do mês passado, outra aeronave KC-390 Millenium, veículo de transporte de cargas do mesmo modelo da anterior, pousou no Recife. Dos 69 passageiros, duas mulheres ficaram em Pernambuco

Saiba mais

O terceiro voo a pousar na capital pernambucana chegou em 2 de novembro, trazendo 32 pessoas. Destas, seis desembarcaram no Recife.

Entre os passageiros que desembarcaram na capital pernambucana nesta quinta-feira (2), estava Israela Vasconcelos Amaral, que morava na cidade de Ramala, na Cisjordânia, e voltou ao Brasil com os dois filhos. Em entrevista à TV Globo, ela contou que se sentiu aliviada em deixar a área de conflito.

“Vivemos todos num período de incerteza. A gente não sabia o que ia acontecer, quais seriam as oportunidades que teríamos aqui e também se conseguiríamos ser evacuados, porque estávamos na Cisjordânia. Para fazer a evacuação, precisou de uma equipe muito grande para hoje a gente estar aqui. Era uma esperança de que realmente o Brasil não tivesse soltado nossas mãos”, disse Israela.

Ainda segundo Israela, o marido e a mãe dela continuam na Cisjordânia aguardando novos voos de resgate para o Brasil. A partir de agora, a família vai morar em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

“Meu marido é de lá [Cisjordânia], nunca esteve no Brasil. E deixei sogro, sogra, tios, primos. […] Eu não posso falar, não, gente, que eu começo a chorar”, afirmou.

Além de Israela, desembarcou na capital pernambucana um casal de Fortaleza que estava com uma filha pequena. Eles não quiseram dar entrevista.

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