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CAU pede que Iphan e MPAC investiguem demolição de casarão histórico no Acre

Por Matheus Mello, ContilNet

Na última semana, o ContilNet havia divulgado a destruição e demolição de um dos casarões mais antigos do Acre, localizada no Centro da capital, conhecida por ser a casa antiga da família Lavocart e Wilson Barbosa.

Nesta segunda-feira (27), o Conselho de Arquitetos e Urbanistas do Acre (CAU/AC) informou que solicitou ao Iphan e ao Ministério Público do Acre (MPAC) que investigue as causas da demolição do espaço.

Casarão histórico fica localizado em frente ao Centro Empresarial de Rio Branco/Reprodução

O CAU lembrou que o casarão “estava em processo de tombamento” e declarou que a edificação “tem relevância histórica para a cidade”.

A casa estava em processo de tombamento desde 2010 e pertencia à família Barbosa, fazendo parte dos bens privados que estão em processo de tombamento na capital. Trata-se de um casarão com 208,75 m² e construído, aproximadamente, na década de 1930, período pós-ciclo da borracha no Acre, e está localizado em frente ao Centro Empresarial.

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Por estar no processo de tombamento, a casa estaria protegida pela Lei 1.294/99. A proteção da casa aconteceu, como diz o diretor de Patrimônio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Ítalo Facundes.

“Abriu o processo de tombamento, é interesse que proteja-se o bem até que seja concluso. De lá para cá esse processo não foi concluído. Entretanto, ela está protegida por haver abertura de tombamento junto ao Conselho de Patrimônio do Estado”, explicou.

Casarão foi totalmente destruído, após anos aguardando tombamento/Reprodução

Porém, o diretor informou enquanto o processo de tombamento da casa não é concluído, por se tratar de uma residência particular, os cuidados com a casa deveriam ser feitos pelos proprietários.

“A obrigação de zelar pelo bem é do proprietário. Entretanto, a fiscalização, a preservação também é obrigação do Estado. Só é permitido que o Estado faça alguma intervenção no bem, sem comprovadamente o proprietário não tiver condições financeiras de fazer”.

Frente de um dos casarões mais antigos de Rio Branco/Reprodução

Em relação ao casarão, Ítalo declarou que ela foi totalmente destruída, sem a autorização do Estado: “Simplesmente não existe mais casa. Levaram ela inteira”.

O diretor explica ainda que os proprietários da casa ainda não foram contatados. “Estamos correndo com as questões administrativas”.

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