Enem 2023: confira dicas para manter a calma e se dar bem na prova

As provas do Enem estão previstas para 5 e 12 de novembro. Saiba como controlar a mente e ficar concentrado nessa reta final do exame

Imagem colorida mostra estudantes entram no UniCeub para fazer a prova do Enem 2022 - Metrópoles

Marcus Rodrigues/Metrópoles

A espera para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 está chegando ao fim. Isso porque a primeira prova será aplicada em todo o Brasil neste domingo (5/11), quando mais de 3,9 milhões de inscritos tentarão realizar o sonho de ingressar no ensino superior. Pensando nos candidatos com os nervos à flor da pele, o Metrópoles listou algumas dicas para se preparar e manter a calma antes do exame.

O primeiro dia de Enem vai abordar: linguagens, códigos e suas tecnologias, redação, ciências humanas e suas tecnologias. Já o segundo dia de provas, em 12 de novembro, vai avaliar os conhecimentos em ciências da natureza e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias.

Confira o cronograma:

  • Abertura dos portões: 12h
  • Fechamento dos portões: 13h
  • Início das provas: 13h30
  • Término das provas no 1º dia: 19h
  • Término das provas no 2º dia: 18h30

Ainda dá para estudar?

Depende. Caso espere aprender todo o conteúdo do zero, temos uma péssima notícia: não há mais tempo. No entanto, ainda é possível revisar alguns assuntos até as vésperas do Enem.

Para isso, o primeiro passo é fazer uma relação das matérias, indo das com maior dificuldade até as com menor dificuldade, lembrando para não exagerar nessa reta final. Vale frisar que é recomendável evitar tentar estudar muitos assuntos em tão pouco tempo.

A coach educacional e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) Maria de Lurdes Zamora Damião recomenda uma boa alimentação e horas de sono nos dias que antecedem a prova: “Não se iluda com a ideia de que ficando sem dormir para estudar terá algum resultado diferente. Aliás, terá menos energia e atenção para realizar a avaliação”, explica.

Nesse momento, é necessário evitar a “chuva de informações” sobre o Enem que aparecem por todo o lado. Então, tente se desconectar das redes sociais nesses próximos dias, que, segundo especialistas, consolida toda a jornada dos últimos meses, quiçá anos, de estudos.

Dicas para mandar bem na redação

Na prova de redação, os estudantes precisam escrever um texto dissertativo-argumentativo, onde devem defender um ponto de vista a respeito do tema proposto, apoiado em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão. Com uma proposta de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento da redação, que respeite, obviamente, os direitos humanos.

Com tantas demandas, o nervosismo pode ser uma pedra no sapato durante a redação. Essa sensação abre margem para o candidato escrever frases desconexas, perder a linha de raciocínio do tema e cometer erros gramaticais. Por isso, o Metrópoles reuniu dicas de professores para te ajudar a conseguir se sair bem na hora da redação.

– Escrever: dominar o português é fundamental para fazer uma boa redação e apenas na prática é possível evitar erros que podem custar caro na nota final. Escrever uma ou duas redações por semana pode ajudar no período de preparação para ter um texto organizado e claro.

– Conhecer a banca: saber os critérios de correção da banca. Não trata-se de apenas escrever uma boa redação, sem erros, e sim escrever um texto que evidencie ao corretor o cumprimento das exigências.

– Reler redações anteriores: é fundamental revisitar redações feitas durante o ano para identificar os erros mais recorrentes. Dessa forma, esses “deslizes” não vão aparecer no dia da prova. Portanto, dê atenção total aos erros para evitá-los no texto final.

– Fazer fichamentos de temas: anotar tudo sobre um assunto cotidiano. Por exemplo: a inteligência artificial. Ou organizar uma retrospectiva sobre os assuntos mais importantes do ano. Quanto mais informações, melhor. Uma dica é selecionar boas leituras. Não fique preso nos debates nas redes sociais, eles são necessários, mas tendem a ser rasos. Priorize fontes mais confiáveis, como livros, revistas, artigos, jornais e aulas.

– Não sabe o tema? Mantenha a calma: mais do que adivinhar o tema, é preciso manter a calma para estruturar o texto e selecionar as ideias que vão de fato para o papel. Mas é importante não esquecer de colocar repertório sociocultural (citação, referência a um filme, livro ou música etc).

Véspera do Enem: cuidar do corpo e da mente

A véspera da prova é um dos momentos mais importantes para consolidar os esforços e tempo dedicados aos estudos. Separar o dia para assistir a um filme, ler um livro ou fazer coisas que gosta é um alívio necessário nessa rotina puxada dos candidatos.

Anote a lista de afazeres:

  • Tenha um dia tranquilo: nada de ir para festas. Opte por um dia de filmes ou jogos com os colegas ou até um passeio no parque para fazer caminhadas;
  • Faça refeições leves: ou seja, nada de comer aquele prato de feijoada um dia antes ou se encher de doces. Opte por alimentos como frutas, sucos naturais, frios e oleaginosas (nozes, sementes, castanhas);
  • Durma bem e descanse: tirar bons cochilos e ir deitar cedo dá um gás a mais para a prova; e
  • Acorde com tempo de sobra: dessa forma, é possível se alimentar e meditar sem nenhuma preocupação. Ninguém quer aparecer entre os “atrasados do Enem”, não é mesmo? Então, se prepare.

O que levar para fazer a prova:

As provas do Enem 2023 serão aplicadas em 5 e 12 de novembro

– Documento de identificação (RG ou outro documento oficial com foto);
– Caneta esferográfica preta em material transparente (ir com pelo menos duas);
– Garrafa de água em material transparente; e
– Lanches leves (frutas, castanhas, sanduíches, sucos etc) também embalados em material transparente.

Saiba lidar com a ansiedade pré-Enem

A sensação de nervosismo varia de pessoa a pessoa, mas sabia que há maneiras para controlá-la? Em casos de tensão e ansiedade, optar por fazer um exercício de relaxamento ou uma meditação antes da prova pode ajudar a se preparar para a avaliação.

“Exercícios de relaxamento e meditação são fundamentais para parar um pouco sua mente que insiste em te fazer acreditar ‘que você não está preparado’. É nítido que o fenômeno do impostor ou a autossabotagem está ativada”, diz a professora.

Caso a ansiedade bagunce a linha de raciocínio, é recomendável escutar áudios com sons da natureza para se tranquilizar e organizar os pensamentos. “Depois da prova, relaxe e, caso o resultado não seja positivo, em 2024 você terá uma nova oportunidade”, afirma.

Confira mais as dicas professora para conter o nervosismo e ajudar a se concentrar antes do Enem:

  • Ler o edital para obter as informações e evitar transtornos;
  • Verificar os horários e local da prova;
  • Calcule o tempo de deslocamento no dia das avaliações;
  • Separe os materiais obrigatórios, como documento de identificação com foto, com antecedência;
  • Desligue as notificações do celular e do notebook;
  • Antes das provas, faça meditação ou algum exercício de atenção plena, como o mindfulness. Esses métodos são “excelentes” para minimizar a ansiedade.

Banca nova

Nesta edição do Enem, a banca organizadora será o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação, Seleção e Promoção de Eventos (Cebraspe) — conhecido por preparar provas de concursos públicos. A edição de 2023 marca o retorno do Cebraspe, que ficou a cargo do exame pela última vez em 2017.

O diretor e professor de direção do Ao Cubo, Rafael Pinna, ressaltou que nos últimos anos não notou-se uma mudança drástica no perfil dos temas da redação. Para ele, isso ocorre porque o Enem tem uma identidade consolidada ao longo de mais de 20 anos de aplicação.

“A tarefa de qualquer banca que assuma o processo não é dar uma nova cara para o exame, e sim seguir esse padrão das temáticas e também dos critérios de correção dos textos”, explicou Rafael.

A prova deste ano será a primeira do terceiro governo Lula, que tem uma ideologia diferente da adotada pelo presidente anterior, Jair Bolsonaro (PL). Com isso, para o professor, “algumas pautas que dificilmente apareceriam nos últimos exames voltam a ser possíveis, como homofobia, transfobia, vacinação e problemas ambientais”.

Conforme o professor, os temas sob a gestão do Cebraspe devem dialogar com a realidade de minorias sociais — grupos que sofrem violências e exclusões.

Histórico dos temas
Veja os temas da redação dos exames feitos pela banca nos últimos anos:

  • Enem 2017: “Desafios para formação educacional de surdos no Brasil” (Enem regular) e “Consequências da busca padrões de beleza idealizados” (Enem PPL e reaplicação)
  • Enem 2016: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” (Enem regular primeira aplicação), “Caminhos para combater o racismo no Brasil” (Enem regular segunda aplicação) e “Alternativas para a diminuição do desperdício de alimentos no Brasil” (Enem PPL e reaplicação)
  • Enem 2015: “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” (Enem regular) e “O histórico desafio de se valorizar o professor” (Enem PPL e reaplicação)
  • Enem 2014: “Publicidade infantil em questão no Brasil” (Enem regular), “O que o fenômeno social dos “rolezinhos” representa?” (Enem PPL e reaplicação), “Alternativas para a escassez de água no Brasil” (Terceira aplicação)
  • Enem 2013: “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil” (Enem regular) e “Cooperativismo como alternativa social” (Enem PPL e reaplicação)

A professora de redação Ludimilla Costa conta que o Cebraspe “gosta” de temáticas ligadas à tecnologia. Uma das apostas dela é tecnologia e exclusão, devido ao cenário pandêmico, onde a defasagem entre escolas públicas e privadas ficou escancarada. “Pode vir, também, relacionando democracia e fake news, intimamente ligadas ao ambiente das redes sociais”, avaliou.

De acordo com Nathália Lopes, professora de redação do Colégio Qi, com a mudança para o Cebraspe os candidatos devem “estar bem preparados para desenvolverem argumentos firmes e convincentes”, ponto que a banca costuma dar a isso “uma atenção especial”.

“É possível sim que haja maior ou menor rigor em um tipo específico de exigência, como a produtividade do repertório sociocultural, que é avaliado na competência 2”, conta o professor Rafael.

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