Enem tem questão anulada, citação ao agro e perrengue por causa do calorão

Candidatos fizeram neste domingo (12) provas de matemática e ciências da natureza. Gabarito oficial da prova será antecipado pelo Inep para esta terça-feira

Enem 2023: Questão 177 da prova amarela. — Foto: Reprodução

Enem 2023: Questão 177 da prova amarela. — Foto: Reprodução

O segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste domingo (12) com as provas de matemática e ciências da natureza (física, química e biologia), teve uma questão anuladanovas referências ao agronegócio (após polêmicas nas provas de humanas) e perrengues por causa da onda de calor intensa no país.

GABARITO EXTRAOFICIAL DO ENEM 2023 – confira a resolução feita pelo Curso Anglo

Confira como foi o segundo dia do Enem:

Questão anulada – Uma questão sobre gripe A-H1N1, que já tinha sido usada no Enem PPL (para pessoas privadas de liberdade) em 2010, foi anulada pelo Inep por não ser inédita. No atual exame, a questão era a de número 117 da prova amarela, 164 da azul, 93 da rosa e 115 da cinza.

Enem 2023: Questão 177 da prova amarela. — Foto: Reprodução

Enem 2023: Questão 177 da prova amarela. — Foto: Reprodução

Outra questão repetida – Uma outra pergunta, que abordava o padrão de contagem de um determinado povo indígena, também já tinha aparecido – no caso, no vestibular da Universidade Estadual de Goiás (UEG) em 2003. O Inep decidiu, porém, manter essa questão.

Nível de dificuldade – No geral, a prova do segundo dia foi considerada de média complexidade por professores ouvidos pelo g1, que avaliaram a parte de matemática como “cansativa”.

O que caiu – O Enem voltou a citar o agronegócio uma semana após o tema ter aparecido nas provas de humanas e causado protestos da “bancada do agro”. No segundo dia, foram quatro questões sobre consequências negativas do agronegócio (como o uso de pesticidas e o desmatamento). Os candidatos também tiveram de responder sobre TPM, álcool e Síndrome de Down.

Gabarito oficial – O gabarito oficial do Enem com o resultado das questões seria divulgado até 24 de novembro. No entanto, o ministro da Educação, Camilo Santana, informou que a divulgação será antecipada para esta terça-feira (14), por volta das 19h.

Onda de calor – Pelo país, os estudantes reclamaram do calor e relataram perrengues para conseguir se concentrar nas provas. Com termômetros que se aproximaram dos 40ºC, os problemas enfrentados pelos alunos foram de falta de ar-condicionado a disputas por locais com sombra para se abrigar antes do início da prova.

Candidata mostra chocolate derretido devido ao calor durante a prova do Enem em Campinas — Foto: João Conrado Kneipp/g1

Candidata mostra chocolate derretido devido ao calor durante a prova do Enem em Campinas — Foto: João Conrado Kneipp/g1

Investigação da PF – A Polícia Federal foi acionada, de novo, para apurar a circulação de imagens de uma prova por volta das 17h, uma hora antes do horário autorizado para sair com o caderno de respostas do local de aplicação.

Ausentes – 32% dos 3,9 milhões de inscritos faltaram ao segundo dia de provas. O índice é um pouco mais alto do que o do primeiro dia quando, quando 28,1% se ausentaram.

Problemas – De acordo com o Inep859 inscritos não conseguiram concluir a prova por problemas como emergência médica ou falta de luz.

Eliminados – No 1º dia, foram eliminados 4.293 participantes. Um deles foi um jovem de 20 anos do Acre que viralizou nas redes ao ser desclassificado após o alarme do seu celular tocar dentro de sala de aplicação do exame. No 2º dia, foram 2.217 eliminados.

Pedido de reaplicação do Enem – O prazo para quem perdeu um dia de prova pedir a reaplicação abre nesta segunda (13) e vai até sexta (17). O exame será realizado em dezembro.

Quem tem direito à reaplicação do Enem:

Atrasados – Assim como em outros anos, teve gente que chegou em cima da hora e conseguiu entrar no local de prova por um triz. Foi o caso de um candidato em Mato Grosso que rolou por baixo do portão no momento do fechamento.

Como foi o primeiro dia do Enem

O primeiro dia do Enem, com as provas de linguagens e ciências humanas, foi marcado por problemas de falta de luz em diversos locais de prova em razão dos fortes temporais que atingiram parte do país dias antes.

Em algumas cidades, como a capital paulista, foi preciso recorrer a geradores. Na Zona Leste de São Paulo, um gerador chegou ao local do Enem 3 horas após os estudantes começarem prova.

Em relação às provas, chamaram a atenção questões sobre racismo, Palestina, cântico da torcida do Fluminense e ditadura militar. No geral, as questões foram consideradas bem contextualizadas, contemporâneas e com a “cara do Enem”, segundo professores ouvidos pelo g1.

Três perguntas do primeiro dia incomodaram a bancada do agronegócio no Congresso, que apontaram cunho ideológico. Uma falava sobre a exploração do Cerrado e os prejuízos do agronegócio para os camponeses, outra acerca do desmatamento da Amazônia no cultivo da soja, e uma última a respeito da exploração espacial.

O tema da redação “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil” foi muito bem avaliado por tratar de um problema social relevante e exigir uma boa proposta de intervenção.

E essa edição do Enem foi a primeira com a prova colorida para facilitar a leitura – especialmente, dos candidatos com problemas de visão.

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