Após a Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre (Adepol) informar que encaminhou um ofício ao governador Gladson Cameli, solicitando a exoneração do delegado-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, o governador afirmou que ainda não recebeu nenhum documento.
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“Para mim, não chegou nada. Mas eu não vou mexer em ninguém, eu não vou. Quem é o governador, é Gladson Cameli. Eu não vou enfraquecer nenhuma instituição, entrando em uma situação que eu ainda não tenho motivos. Seja o delegado, seja qualquer secretário, seja qualquer situação, se isso virar moda, quem que governa?”, disse o governador à imprensa, nesta terça-feira (21).
O governador lembrou, ainda, que sempre fala sobre manter as instituições fortalecidas. “Eu sempre falo que quero o fortalecimento das instituições? Então me ajudem a fortalecer. A gente não pode entrar em uma esfera de enfraquecimento”, completou.
Gladson finalizou reafirmando que não viu o documento e que não vai tirar o delegado Henrique Maciel do cargo de delegado-geral da Polícia Civil do Acre.
Entenda o caso
No texto assinado pelos delegados Marcos Cabral, presidente do Adepol; Danilo César Régis Almeida, vice-presidente; e Rodrigo Noll, diretor do Conselho de Ética, destacam-se os supostos casos de assédio que teriam sido cometidos por Maciel, além de uma série de outras acusações feitas pela deputada Michelle Melo (PDT), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
“A crise que assola a gestão da Polícia Civil está trazendo instabilidade interna e desconfiança por parte da sociedade, o que reflete na produção de seus resultados. Enquanto operadores do direito temos a convicção da necessidade do contraditório e da ampla defesa. No entanto, na gestão pública a condução de uma instituição necessita de um ambiente de transparência para que não paire quaisquer dúvidas sobre atos praticados por seus gestores”, disse trecho do ofício.
Em entrevista ao ContilNet, o delegado-geral disse que todas as acusações feitas contra ele já foram rebatidas em uma nota enviada à imprensa, e que até momento, nada de irregular foi encontrado. “Se tivesse alguma coisa, o Ministério Público já teria solicitado o meu afastamento”, disse.
O ofício da Adepol informou que “os delegados Integrantes não se veem mais representados enquanto V. EX estiver na condução dos destinos da instituição” e finalizou dizendo: “Por tudo o acima exposto, a ADEPOL, por seus associados presentes e representados em assembleia extraordinária, deliberou de maneira unânime que V. Ex não atende mais aos requisitos da conduta ilibada e da defesa institucional, motivo pelo qual requer seu afastamento imediato da função”.
Porém, Maciel disse que o ofício não representa todos os delegados da instituição. “Isso é a vontade deles [da executiva da Adepol], estou conversando com os outros delegados que não concordam com o ofício”.
O delegado-geral informou que nem ’50% dos delegados’ participaram da Assembleia Extraordinária que resultou no pedido de exoneração.