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Governo pagou R$ 6 mil por viagem de esposa de líder do CV a Brasília

Por Metrópoles

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Imagem colorida de Luciene Barbosa, esposa de Tio Patinhas, líder do CV no Amazonas

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O governo federal pagou cerca de R$ 6 mil em viagem e estadia de Luciane Barbosa Farias para participar de evento do Ministério de Direitos Humanos sobre o combate à tortura, no começo de novembro. Ela é esposa do líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, Clemilson dos Santos, o Tio Patinhas, e foi condenada em outubro por lavar dinheiro para o tráfico, mas recorre em liberdade.

Segundo dados do painel de viagem do governo federal, as passagens de ida e volta de Luciane custaram R$ 4.861,22. Já o valor das diárias foi de R$ 1.047,85.

escolha do nome de Luciane para participar do evento no DF foi feita pelo Comitê Estadual de Combate à Tortura do Amazonas (CEPCT-AM), órgão que conta com a participação de integrantes do governo do amazonas, Ordem dos Advogados, ONGs e do próprio Ministério Público, que denunciou Luciane por tráfico e lavagem de dinheiro em agosto.

O Instituto Liberdade do Amazonas, presidido por Luciane, começou a fazer parte do CEPCT-AM também em agosto deste ano, após um edital para a inclusão de entidades da sociedade civil no Comitê. Segundo matéria do Estadão, o Ministério Público acredita que essa organização é financiada com dinheiro da facção carioca.

Crise no governo

As andanças de Luciane por Brasília, que ganhou o apelido de Dama do Tráfico, se transformaram em uma crise para o governo Lula. Ela chegou a se reunir com dois secretários do Ministério da Justiça em maio. As reuniões foram reveladas pelo Estadão.

Embora Luciane não fosse denunciada e condenada na época, ela já era investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Amazonas pelo menos desde 2019. No entanto, isso não impediu que ela participasse do Comitê Estadual ao lado de integrantes do Executivo amazonense e que circulasse entre autoridades em Brasília.

As investigações apontam evolução patrimonial repentina da esposa do Tio Patinhas, com a compra de veículos, um apartamento de luxo em Pernambuco e outros imóveis. Para o MP, esse patrimônio foi adquirido com recursos do tráfico de drogas.

O Tio Patinhas não é um traficante qualquer, ele é considerado um dos mais perigosos do Amazonas, ligado a apreensão de explosivos e fuzis, homicídios de desafetos e uma fuga de presidiários, segundo relatórios do Ministério Público.

Sem conhecimento de que ela era esposa do líder do CV

Luciane nega que faça parte do Comando Vermelho e disse que está recorrendo da condenação em segunda instância. Ela chegou a ser absolvida em primeira instância porque o juiz considerou que havia falta de provas.

Relatos e vídeos mostram que, na viagem para Brasília, ela falou sobre problemas no sistema prisional e defendeu melhorias nas condições dos detentos.

Autoridades que se reuniram com Luciane declararam que não tinham conhecimento sobre a investigação policial que a ligava ao Comando Vermelho ou quem era o marido dela.

Ministério dos Direitos Humanos disse que os comitês estaduais de combate à tortura é que indicaram os nomes das pessoas que participariam do evento em Brasília. A presidente do CEPCT-AM, Natividade Maia, disse que também não sabia da investigação e do parentesco de Luciane. As duas viajaram juntas para o evento na capital do país.

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