No Acre, médico faz sucesso ao expor casos inusitados nos hospitais e ajuda a formar novos profissionais

Atualmente o médico tem mais de 15 mil seguidores nas redes sociais

Quando começou a gravar vídeos contando a rotina nos hospitais, no início de 2022, o médico Pablo Ruan não imaginava que viralizaria tão rápido. Hoje, com mais de 15 mil seguidores nas redes sociais, ele conseguiu fazer com que o amor pela medicina rompesse os algoritmos e alcançasse milhares de pessoas.

Aos 31 anos, ele formou-se em medicina pela Universidade Federal do Acre (Ufac). Assim que terminou a faculdade, Pablo foi morar em São Paulo. Após quase 2 anos na capital paulista, ele retornou ao estado onde nasceu para fazer residência em cirurgia-geral.

Pablo Juan é cirurgião e professor da Ufac e Uninorte/Reprodução

Hoje, ele seguiu na carreira de cirurgião e atende na rede pública do Estado, como médico concursado. Pablo também é professor dos cursos de medicina da Ufac e da Uninorte. Tudo isso em apenas quatro anos, após ter concluído a faculdade.

Mas Pablo sabia que poderia alçar voos ainda mais altos e encontrou na sala de aula uma maneira de compartilhar o que sabe e ajudar a formar outros médicos. Foi a experiência na sala de aula que o ajudou a chegar nas redes sociais e virar referência em conteúdos sobre Saúde no Acre.

“Sempre soube que eu tinha potencial para chegar longe. Mas queria conhecer a ferramenta. Fui convidado para dar aula na Uninorte e vi que os alunos ficaram muito surpreendidos, falaram que aula era muito boa e me incentivaram a fazer isso”, disse ao ContilNet.

“Eu adoro ensinar outras pessoas a virarem médicas. É uma área de muita responsabilidade. Acho que precisa haver muita dedicação. E hoje a gente ver muita gente formando sem essa dedicação necessária. O fim disso é um profissional que pode me atender ou atender meu filho”, completou.

Pablo durante aula na Universidade Federal do Acre (Ufac)/Reprodução

A possibilidade ter o trabalho alcançado por um número muito maior de pessoas, foi o que deu impulso para que Pablo caísse de cabeça no mundo das redes sociais.

Logo no começo da jornada, o médico parou a internet no Acre quando lançou um concurso para selecionar jovens estudantes de Medica para acompanhá-lo nos hospitais. O médico realizou o programa em três edições.

“Teve mais de 20 mil comentários no post, de jovens tentando conseguir a vaga. A família ajudando, os amigos. Foi quando eu vi que estava chegando em um lugar muito legal em tão pouco tempo, porque as pessoas me respeitam como médico e como professor”.

Formado em Medicina pela Ufac, hoje ele tem mais de 15 mil seguidores nas redes sociais/Reprodução

Muito rápido

Em pouco mais de um ano desse trabalho nas redes sociais, Pablo não esperava todo esse sucesso em tão pouco tempo. “Eu tive um boom rápido. Muita gente no Acre já me conhece. E fora também. Tenho seguidor de praticamente todo país”.

Experiência na medicina

Além de ajudar a formar novos médicos no Acre, Pablo também lançou no ano passado um e-book contando toda a sua experiência como recém-formado em Medicina, de forma totalmente gratuito.

Casos inusitados

Recentemente, o médico viralizou contando um caso de um paciente que havia dado entrada no Pronto Socorro de Rio Branco dizendo que teria sido mordido e esfaqueado pela mulher. O vídeo do caso já ultrapassou as 30 mil visualizações.

“O motivo, segundo ele, era porque ele só queria sair de casa. Isso gerou uma polêmica. Os seguidores adoram levantar essas pautas”, disse.

Papel social da Medicina

Além de divulgar casos inusitados no perfil, o médico também ajuda a expor situações que abrem debates importantes e necessários. Em agosto deste ano, Pablo fez um desabafo após ter atendido os 10 jovens baleados durante um tiroteio em um baile funk em Rio Branco. O plantão aconteceu justamente no Dia dos Pais.

VEJA MAIS: Médico compartilha relato após atender 10 adolescentes baleados em festa em Rio Branco

Receber 10 jovens baleados numa sala de trauma pequena, não foi fácil. Mas digo jovens mesmo, com 14, 16, 18 anos.
Um pedindo pra eu fazer uma oração com ele enquanto eu passava um dreno no tórax dele mesmo. A outra não sabia o que realmente estava acontecendo, mas tinha um projétil alojado no cérebro enquanto eu explicava pra ela que precisava fazer ela dormir um pouco (sem assustá-la pois me preparava pra intubar). Meio que viramos pais deles ali naquele momento. Todos muito abalados e mostrando suas fragilidades ao pedirem “não deixa eu morrer”. Ainda bem que esses jovens que chegaram até nós puderam encontrar outros jovens que estavam prontos para cuidar deles da melhor forma dentro de um cenário que não é ideal, afinal nenhum médico se prepara pra uma chacina numa madrugada dos pais. Tenho muito orgulho da minha profissão, da minha equipe e de saber que mesmo com pouco conseguimos sempre fazer muito. E antes que alguém pense algo sobre quem são esses jovens, nós médicos não estamos aqui pra fazer juízo de valor”, desabafou na época.

O post alcançou mais de 15 mil curtidas nas redes sociais.

Defendam o SUS

Atuando no Sistema Único de Saúde (SUS), Pablo lembrou que é a partir do programa que é possível atender acreanos de todas as classes e regionais, principalmente das mais isoladas, que demoram dias, viagens de horas de barco, para receber atendimento.

O médico é um dos profissionais referência em cirurgia no Acre/Reprodução

“Eu consigo ofertar um serviço médico bom para pessoas que não tem condições”.

Futuro

Para os próximos anos, Pablo quer se tornar cirurgião-pediátrico e salvar vidas de crianças. O médico pretende se dedicar ainda mais no ensino superior e continuar ajudando a formar outros médicos.

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