Renato Cariani voltou a se pronunciar, nesta sexta-feira (15/12), sobre a operação da Polícia Federal, de que foi alvo nesta semana. Em vídeo publicado no YouTube, o influenciador fitness explicou a sua relação com Fábio Spínola. O empresário é apontado pela PF como o elo entre o influencer e o tráfico de drogas.
“Em menos de 24 horas que tive acesso aos autos, a minha defesa já está pronta. Sabe por quê? Porque tudo o que eu tenho é absolutamente a verdade. Para explicar, de fato, o que aconteceu, eu não preciso de tempo”, disparou ele.
Em seguida, Cariani explicou a sua amizade com Fábio. “Eu conheço o Fábio, minha sócia conhece, e muitas pessoas conhecem. O Fábio é um empresário de Diadema, é dono da maior empresa automotiva da cidade. Então, o Fábio tem uma loja gigantesca, que tem manutenção de carro, estética de carro, loja de pneus, funilaria, uma série de atendimentos, além de compra e venda de veículos”, falou.
O influenciador fitness afirmou que não tem uma relação de amizade próxima com Fábio, mas revelou qual era a ligação do empresário com a sua empresa.
“‘Renato, você tem uma relação íntima com o Fábio?’. Relação íntima é o quê? Frequentar a casa dele? Eu nunca tive a oportunidade de ir ao apartamento onde o Fábio mora. Podem levantar os registros que vão ver que eu nunca fui. Nunca tive a oportunidade de recebê-lo na minha casa. A gente tem casa no mesmo condomínio; então, eventualmente, a gente se encontrava no condomínio, conversava…”, explicou.
Spínola também é apontado como mantenedor de uma conta de e-mail criada, irregularmente, em nome da AstraZeneca. O endereço eletrônico teria sido usado para forjar um contato entre a empresa de Cariani, a Anidrol, e o laboratório, com o objetivo de justificar transações de R$ 212 mil, em dinheiro vivo, que chamaram a atenção da Receita Federal.
Renato Cariani negou a informação: “Estão dizendo que o Fábio se apresentava como representante da AstraZeneca. Mentira. Isso não está nos autos. Em nenhum momento o Fábio chegou e disse ser representante da AstraZeneca”, falou.
“Sim, existia referência dele com a empresa. Como referência em Diadema, ele recebia os carros da empresa para manutenção. Nós temos carros, caminhões e, principalmente, a parte de pneus e manutenções. Ele fazia manutenção no meu carro e no da minha sócia”, completou.
Cariani também explicou: “Quando uma empresa tem licença para vender produtos químicas, ela tem regras a cumprir. Eu tenho que lançar mensalmente tudo o que foi vendido daquele produto. Por exemplo: eu vendo acetona; se eu vendo o produto para empresa A, tenho que lançar o produto, a data, o nome da empresa, a quantidade e a licença da empresa. Isso vai [ser registrado] no sistema eletrônico do órgão fiscalizador, a Polícia Federal. A empresa também tem que lançar a entrada. Os dados dele precisam bater com os de saída. Esse cruzamento indica que as empresas autorizadas têm licença para fazer essa transação. Todas as notas foram lançadas”.
Renato Cariani ainda pontuou que a empresa de Fábio teve acesso a dados que só as pessoas da empresa têm. Ou seja, mesmo que houvesse algum tipo de clonagem, não haveria como ele saber que não se tratava verdadeiramente da empresa.
“Quem está do outro lado teve acesso a documentos dessa empresa que só a empresa tem. Isso faz com que a empresa de que eu sou sócio seja vítima também, porque é uma consistência tão grande de documentação que faz dele uma empresa ao protocolo fidedigna. Então, a AstraZeneca é vítima e eu também. Essa empresa, que eu acredito que seja de fachada, tem acesso a documentos que só uma pessoa do setor regulatório teria”, disse.