A morte da enfermeira acreana Jéssica Melo, baleada por policiais militar na BR-317 no último final de semana, virou pauta na sessão da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta terça-feira (5).
O deputado estadual Adailton Cruz lembrou que Géssica se preparava para realizar o concurso da Polícia Rodoviária Federal e pediu mais celeridade nas investigações da morte da enfermeira.
“Não podemos permitir que os fatos acontecidos sejam mantidos ou não sejam devidamente esclarecidos, apurados, e os responsáveis pelo óbito da nossa colega, de uma mãe de família que deixou três filhos órfãos, fique em branco”, disse.
O mesmo posicionamento teve o deputado Eduardo Ribeiro, do PSD, que destacou que a família da vítima exige uma apuração mais rígida da morte da enfermeira.
“Eles querem uma apuração rigorosa. E é bom que se faça uma apuração rigorosa. Uma mãe de família que perdeu a vida em um ato de perseguição, onde a polícia poderia ter usado outros meios, isso é algo grave. A gente espera que a Justiça seja rigorosa com relação a este caso. Vale lembrar que já tomou uma boa atitude em decretar a prisão preventiva”, destacou Eduardo.
Relembre o caso
Policiais do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron) – formado por integrantes da Polícia Militar e outras instituições policiais-, iniciaram uma perseguição pela BR-317, por onde a mulher empreendeu fuga. Na entrada do Ramal da Alcobrás, Jessica saiu da pista e foi atingida por disparos que saíram da viatura policial.
Ao desceram da viatura para fazer a abordagem, os policiais constataram que tratava-se de uma mulher, e que estaria baleada, sangrando bastante.
Uma viatura da Polícia Rodoviária Federal esteve no local. Um policial da PRF disse que só parou porque achou que se tratava de um acidente no trânsito.
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A equipe colocou Gessica na viatura policial e a conduziu ao hospital do município de Senador Guiomard, mas devido a gravidade do ferimento, a moça não resistiu e foi a óbito.
No veículo, foi constatado algumas marcas de perfuração por disparos de arma de fogo.
O corpo de Gessica foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). De acordo com familiares da vítima, ela sofria de surtos psicóticos, e essa não seria a primeira vez que ela não teria obedecido uma ordem policial.