O fim de semana prolongado tem gosto de virada! Aqui, seguindo o calendário gregoriano, a gente muda um número na folhinha. Em outras culturas, nem sempre é assim. Para os chineses e os judeus, por exemplo, o ano-novo é outro dia, com outra festa. E o mesmo acontece entre diferentes povos indígenas e até com culturas já extintas, como os maias, egípcios e tantas outras.
Já parou para pensar por que medimos o tempo? Você pode dizer: é porque precisamos nos planejar e nos organizar. Sim, isso é verdade. Mas tem uma coisa que vem antes disso: todas as nossas experiências de vida estão atreladas a uma memória do passado, uma experiência do presente, que passa com o estalar dos dedos, e uma perspectiva sobre o futuro. É nesse fluxo, que tem só uma direção, o futuro, que o ser humano experimenta todos os tipos de sensações e emoções.
Amor, dor, alegria, sofrimento, culpa, êxtase, medo….Tudo, absolutamente tudo, acontece no tempo e no espaço. E o nosso espaço no cosmos, por enquanto, é só a Terra mesmo. Esse planetinha rochoso, que é pequenino, mas está cheio de vida. Mas o tempo, esse velho amigo – às vezes, inimigo – só passa. E é para frente que a gente tem que andar. E com o tempo também passam os momentos bons e ruins (ufa!). Pois não há bem que seja eterno e nem mal que não termine nunca.
Na mitologia grega, o tempo era filho de Gaia, a deusa primordial da Terra. Ela é tão poderosa que gerou sozinha Urano, o céu, para que, então, pudesse casar-se com ele. Dessa união, nasceram os 12 titãs e, entre eles, estava o caçula Cronos. O filho mais novo era também o mais terrível, que se consolida como o senhor dos ciclos de tempo, conhecido por devorar seus filhos.
Dos mitos da Antiguidade ao mundo pós-moderno, hoje, o tempo segue dando trabalho, inclusive para os cientistas. Do tempo regular estabelecido por Isaac Newton, o pai da Lei da Gravitação Universal, à curvatura do espaço-tempo de Albert Einstein, o senhor da Relatividade Geral, foi um piscar de olhos. Daí para a mecânica quântica, onde o tempo parece ser irreconciliável, dado o princípio de incerteza de Werner Heisenberg, foi um pulo. Entre as teorias científicas, o tempo é a variável mais difícil de explicar pelas leis da física.
E é assim que vamos celebrar mais um fim de ciclo para o início de um novo ano. No sábado, dia 30, o poderoso e inspirador Júpiter muda sua direção aparente no céu, ficando direto na perspectiva do observador terrestre, no concreto signo de Touro. Pouco tempo depois, a Lua Cheia, ainda bastante iluminada, ingressa no sistemático signo de Virgem. Junto ao estratégico Sol capricorniano, esses três astros formarão um harmonioso trígono – um ângulo de 120° – no céu, aspecto astrológico que estará ativo à meia-noite do dia 1º de janeiro de 2024.