Apesar da produção recorde de grãos na safra 2022/23, com a colheita de 322,8 milhões de toneladas, os produtores rurais brasileiros amargaram queda na margem de lucro. O movimento foi embalado pela manutenção de custos de produção elevados e pela redução dos preços das commodities agrícolas, de acordo com balanço apresentado nesta quarta-feira (06) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
No caso da soja, carro-chefe da agricultura nacional, a redução da margem bruta foi de 68% na comparação com a safra 2021/22, segundo dados do Projeto Campo Futuro, da CNA e do Cepea/Esalq-USP.
Para o milho cultivado na primeira safra, a queda da receita foi de 134%. Na “safrinha”, o lucro enxugou 122%.
A pecuária também foi impactada. Os produtores de leite sentiram retração de preços maior do que a dos custos. Com isso, a margem de lucro caiu 67,4% em outubro deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado. Para criadores de gado de corte que atuam com sistema de ciclo completo a queda na receita foi de 48,7%.
A perspectiva da CNA é que o cenário de rentabilidade reduzida vai permanecer para 2024.
Na avaliação da entidade, o Produto Interno Bruto do Agronegócio deve registrar recuo de 0,94% em 2023 na comparação com 2022, de R$ 2,62 trilhões para R$ 2,60 trilhões.