O reconhecimento da identidade negra na Amazônia serviu como ponto de partida para a fotógrafa Marcela Bonfim conceber um projeto que coloca em destaque as diversas faces da negritude na região, com especial foco no estado de Rondônia.
Sob o título “Reconhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras nas florestas”, a iniciativa busca documentar e preservar a história de ribeirinhos, quilombolas, negros e indígenas, promovendo a memória da população negra na Amazônia.
Marcela destaca a importância da fotografia como “parte integrante do movimento negro, enfatizando a necessidade de reconhecimento para preservar memórias e promover a identificação”. Seu projeto, iniciado ao registrar imagens de pessoas próximas, evoluiu para uma poderosa ferramenta de resistência e ação.
Perseverança
A chegada de Marcela a Rondônia revelou uma Amazônia rica em presença negra, desafiando suas expectativas. Esse encontro a conduziu a lugares inesperados, e sua experiência transformou-se em uma busca por redefinir a história do negro no Brasil, destacando contribuições e influências muitas vezes negligenciadas.
Como mulher negra ocupando o campo da fotografia, Marcela expressa sua satisfação ao contribuir para a transformação desse domínio, historicamente dominado pela ‘branquitude’. Ela ressalta que, mais do que capturar momentos, as fotografias deste projeto visam criar um movimento de memória, construindo a história e a identidade negra.
Identidade
Marcela enfatiza a importância de continuar a divulgar essas histórias como meio de revelar como o negro contribuiu e contribui para o Brasil, assim como o país poderá ser quando reconhecer e valorizar suas raízes africanas.
O projeto, para ela, representa uma forma de resistência e ação política, visando promover o autorreconhecimento das pessoas e a percepção da Amazônia retratada na galeria de fotos.