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Marcelinho Carioca diz que abraçou policial “como se fosse meu pai”

Por Metrópoles

O ex-jogador Marcelinho Carioca, de 51 anos, ídolo do Corinthians e do Brasiliense, fez um novo relato sobre o momento em que a Polícia Militar (PM) resgatou ele e sua amiga Taís Moreira, de 36 anos, de um cativeiro em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Os dois foram sequestrados na madrugada do dia 17 de dezembro.

Em entrevista ao programa Fantástico, Marcelinho disse ter ouvido alguém subir as escadas em direção ao cômodo onde estava sendo mantido refém ao lado da amiga. O ex-jogador pensou que iriam matá-los, mas se deparou com um policial.

“Abracei como se fosse meu pai, meu irmão, meu amigo. Porque ele arriscou a vida dele”, afirmou Marcelinho.

O programa exibiu imagens da câmera corporal acoplada no uniforme do policial, que mostram o momento em que o agente encontra as duas vítimas dentro de um quarto.

“E aí, Marcelinho, de boa? Vem, chega aí. Fica tranquilo. Agora, você tá com a gente”, disse o PM, esticando a mão. Nesse momento, o ex-jogador — vestido apenas com uma bermuda e uma toalha — levanta da cama, caminha lentamente em direção ao agente e segura seu braço.

Sequestro de Marcelinho Carioca
Marcelinho Carioca foi para o show do cantor Thiaguinho, na NeoQuímica Arena, na zona leste da capital paulista, no sábado (16/12). Morador de Arujá, na Grande São Paulo, ele combinou de, na volta, passar na casa de Taís, que é fã do cantor, para deixar ingressos da outra apresentação que aconteceria no dia seguinte.

De acordo com o boletim de ocorrência obtido pelo Metrópoles, Marcelinho foi rendido pelos bandidos próximo à Rua Salesópolis, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, onde fica a casa de Taís. Por conta de um baile funk que acontecia no local, o ex-jogador parou o carro uma quadra abaixo e pediu para que Taís encontrasse com ele. Ela já estava no veículo quando ele percebeu, pelo retrovisor, a aproximação de três homens armados.

O ex-jogador e a amiga se esconderam, abaixados na Mercedes Benz CLA250 dele. Forçado a abrir a porta, ainda tentou dissuadir os bandidos. “Eu sou Marcelinho Carioca”, disse. Em seguida, levou coronhadas na cabeça e no olho esquerdo.

Com Marcelinho Carioca e Taís encapuzados no carro, os bandidos ainda usaram a Mercedes para rodar por cerca de uma hora no meio do baile funk.

Depois, eles foram levados para o cativeiro. Só no local que os bandidos se deram conta que haviam sequestrado uma celebridade. Foi quando decidiram comprar água e comida para Marcelinho Carioca, de acordo com o seu depoimento.

O cativeiro
As vítimas seriam levadas para um cortiço na Rua Ferraz de Vasconcelos, a menos de 2 km de distância do local em que foram rendidas. No local, havia movimentação de moradores, segundo o boletim de ocorrência.

O ex-jogador afirma que só foi reconhecido lá. “Em determinado momento, ouviu um dos criminosos dizer: ‘Caralho, olha lá quem é, fodeu, é o cara, é o Marcelinho’”, consta no documento policial.

“Ao passar do dia, os criminosos falaram: ‘Já que estamos com você e essa mina aqui, vamos pegar um dinheiro e, se você for de boa, vamos te soltar’. Durante todo o período, embora não estivesse enxergando, ouvia que Taís estava próxima ao declarante e chorando desesperadamente”, registra.
Por mensagens de celular, os criminosos passaram a pedir dinheiro para pessoas próximas e familiares de Marcelinho Carioca. Ao todo, os bandidos conseguiram R$ 42 mil.

Para despistar a polícia, os sequestradores também forçaram as vítimas a gravarem um vídeo apresentando uma versão falsa sobre o sequestro. Nas imagens, o ex-jogador e a amiga aparecem afirmando que teriam um caso extraconjugal e haviam sido sequestrados pelo marido de Taís.
Prisões
Ao todo, a Polícia Civil já indiciou seis pessoas que teriam participado do sequestro. Dessas, quatro estão presas preventivamente e duas são consideradas foragidas.

Até o momento, Thauannata Lopes dos Santos, de 18 anos, é a única detida por supostamente ter ajudado a manter Marcelinho Carioca e Taís presos no cativeiro. Ela foi pega em flagrante no momento em que as vítimas foram resgatadas pela Polícia Militar.

Já Jones Santos Ferreira, 37, Eliane Lopes de Amorim, 30, e Wadson Fernandes Santos, 29, estão presos acusados de atuar como “conteiros” – nome dado aos criminosos que disponibilizam a conta bancária para receber dinheiro ilícito. O esquema seria liderado pelo primeiro suspeito, de acordo com a investigação.

O dono do cativeiro e uma mulher, que teriam atuado como “carcereiros” no cativeiro e fugiram com a chegada da polícia, também foram identificados. O paradeiro deles ainda é desconhecido.

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