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Por conta própria: Mais de 30 milhões de brasileiros vivem do empreendedorismo

Por Redação ContilNet

Segundo relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado em 15 de setembro deste ano, há mais de 30 milhões de brasileiros trabalhando por conta própria, nas mais variadas atividades que se pode imaginar.

Entre as principais, mais de 40% envolve a prestação de serviços, compreendendo quem trabalha de entregador de gás autônomo à costureira que realiza pequenos reparos em ateliês de bairro, e cerca de 22% equivalem aos autônomos que investem no comércio como caminho para empreender.

Com o índice de desemprego em torno de 7,7% (dados da Pnad Contínua divulgados em 22 de novembro), o empreendedorismo é, em alguns casos, o único caminho para fugir da estagnação financeira e se manter fora do grupo de 5,9% de brasileiros que se encontram em extrema pobreza, de acordo com dados da SIS (Síntese de Indicadores Sociais) do IBGE.

Empreender não é tão difícil quanto conviver com o desemprego, o desalento e a extrema pobreza.

Há casos em que é necessário realizar investimentos consideráveis e assumir riscos que podem levar a situações preocupantes, caso não haja o devido preparo para iniciar a jornada empreendedora, mas nem todo tipo de atividade autônoma precisa começar de forma complexa.

As vendas diretas e as oportunidades relacionadas à economia circular são exemplos de como é possível dar início a uma empreitada autônoma bem sucedida.

(Re)Vendas Diretas

Quando o assunto são vendas diretas, o Brasil ocupa a primeira posição na América Latina e a 7ª no mundo, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), que divulga anualmente os números do setor no País.

Seja vendendo os melhores perfumes masculinos e femininos, roupas, lingeries e sapatos, oferecendo alarmes de segurança para comércios ou equipamentos para empresas, quem trabalha com a oferta de produtos de terceiros e, geralmente, é remunerado por comissão, consegue empreender e atuar com autonomia, sem precisar investir rios de dinheiro ou assumir grandes riscos.

Isso não quer dizer que seja fácil, porém, é um caso em que características pessoais e competências emocionais podem contar mais do que anos de graduação.

Vender é menos difícil quando se conhece as técnicas, mas pode-se dizer que também há uma pitada de “dom” para trabalhar com vendas. 

Quem deseja começar a trabalhar de forma autônoma, seja para complementar a renda ou para garantir o sustento da família, pode encontrar na revenda de produtos uma porta de entrada muito interessante para o empreendedorismo.

Economia Circular

Quando se fala em economia circular é natural que o termo “reciclagem” se apresente como uma primeira ideia, e isso não é, de todo, errado.

Reciclar, seja o plástico, o alumínio ou qualquer outro material, é uma necessidade para o planeta, e o processo de coleta desses materiais é uma forma autônoma de sobrevivência de muitas pessoas.

Embora pouco valorizada, a coleta de materiais recicláveis ajuda cerca de 800 mil brasileiros a colocarem comida em suas mesas. Os dados são fornecidos pelo levantamento do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), considerando o ano de 2022.

Porém, é importante ressaltar que economia circular não envolve apenas a reciclagem de materiais. Trata-se, também, do reaproveitamento do que já se encontra produzido.

Segundo dados da Global Fashion Agenda, organização sem fins lucrativos, publicados pela Agência Brasil, a indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, ficando atrás apenas da indústria do petróleo.

A conscientização sobre este assunto tem conduzido a sociedade para um outro tipo de consumo: a moda circular.

Quem nunca doou uma roupa que não lhe serve mais?

Em uma mudança de endereço, nem sempre vale a pena carregar malas e malas de roupas… O que fazer com elas?

Há diversas situações em que não é possível manter as roupas que se possui, e inúmeras outras em que se deseja comprar algo novo, mas não necessariamente algo que nunca tenha sido usado por alguém.

Uma bolsa de grife, um vestido de festa ou um sapato assinado por um grande estilista são peças de vestuário e acessórios que não costumam ser usadas inúmeras vezes pela mesma pessoa.

É aí que entra o conceito de “moda circular”. 

O que não serve para um, serve para outro, e isso vem criando um novo cenário comercial que vai além daquele repasse de roupas entre membros da vizinhança ou família, e muito além daqueles brechós escuros e bagunçados já conhecidos por muitas pessoas.

O conceito de brechó de luxo tem se tornado cada vez mais popular entre a população feminina. 

Comprar marcas como Chanel, Prada, Gucci e Armani por preços muito abaixo dos praticados em lojas de grife, é algo bastante atraente para muitas mulheres, mas essa não é a única razão que tem levado cada vez mais pessoas a comprarem roupas dentro da economia circular.

A preocupação ambiental e social é uma das impulsionadoras desse tipo de negócio, e o resultado é sempre positivo para o meio ambiente, para a sociedade, para a economia e para o empreendedorismo – em especial, o feminino.

Assim como nos negócios de revenda, o investimento para trabalhar com moda circular não é tão oneroso. 

Pode-se começar aos poucos – inclusive com vendas diretas – e ir expandindo os negócios aos poucos.

Conforme forem chegando os resultados, pode-se pensar em locar e organizar um espaço e investir em marketing para ampliar as vendas.

É preciso estudar, sim. Mas começar é o que faz com que novos caminhos se abram. 

Um passo de cada vez, em direção ao desenvolvimento pessoal, profissional e econômico, é o que tem feito com que os brasileiros consigam empreender através das diversidades e se manterem ativos, independentemente dos cenários econômicos gerais do país.

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