O projeto social Combate pelo Bem, voltado para a prática do jiu-jitsu, da academia RF Team, sob responsabilidade do mestre Rivelino Souza, levou 30 atletas para participar do campeonato estadual da modalidade em Rondônia, destes, mais da metade conquistaram medalhas em diversas categorias.
O projeto existe há nove anos e tem sede na Associação dos Moradores do Conjunto Esperança, na rua Euclides da Cunha, e desde sua fundação, já atendeu mais de 200 alunos, entre eles, Elienay de Amorim Aquino, um dos instrutores na academia.
“Hoje funcionamos com 70 alunos inscritos. O trabalho social exercido também oferece outros tipos de modalidade como capoeira taekwondo, kung fu, dança futebol, teatro, e kickboxing. Todas essas atividades são abertas ao público de forma gratuita”, ressalta.
O campeonato do qual a delegação de atletas do projeto participou em Rondônia, entre os dias 9 e 10 de dezembro, teve participação de competidores de várias idades e modalidades.
“Essa competição estadual de Rondônia tem uma grande importância para o jiu-jitsu no Acre. Participamos pela primeira vez de uma competição fora do estado. É uma competição que ranqueia os atletas, tivemos um excelente resultado, com a participação das meninas infanto-juvenil, de 14 a 15 anos, no lugar mais alto do pódio”, revela.
Desafios financeiros
Por ser um projeto social sem fins lucrativos, o maior desafio da academia é adquirir os materiais esportivos. Elienay conta que não há apoio financeiro, dessa forma, para realizar as viagens, o grupo realiza rifas e eventos, com o intuito de arrecadar recursos.
“O difícil do projeto social em atender de forma gratuita é a dificuldade de comprarmos os materiais esportivos, como kimono e tatames. Também temos dificuldades nas inscrições para a participação de campeonatos o deslocamento para outros estados. Para custear tudo, fazemos rifas, bingos e arraiais”, conta.
O projeto atende crianças a partir de sete anos, até a idade adulta. Segundo o professor, mais do que um esporte, a luta permite aos alunos a aquisição de disciplina e confiança.
“Tirando esses jovens um pouco das redes sociais, mudando a vida e ensinando disciplina, autocontrole e confiança. As crianças da nossa comunidade e adjacências e muitos alunos adultos já participaram de outras academias pagando mensalidade. Por um eventual desemprego ou baixa renda eles acabam que chegando ao projeto e assim nós atendemos a todos”, destaca.
Benefícios da prática da atividade
Elienay conta que iniciou no projeto em 2015, quando participou de uma aula experimental. Sofrendo para perder peso, ele encontrou na luta uma oportunidade para mudar sua realidade.
“Vi que seria bem melhor do que todas as formas que já vinha tentando para perder peso e comecei a participar das aulas como faixa branca. Essa é uma arte marcial que exerce muito esforço físico, com isso, meu condicionamento foi melhorando”, relembra.
O instrutor revelou que o projeto precisou parar durante a pandemia do Covid-19 e então ele resolveu ensinar alguns alunos de casa, até passar por um problema de saúde.
“Como veio a pandemia o projeto teve que parar, então muitas crianças e jovens ficaram ansiosas sem a atividade. Ainda na faixa branca eu gostava de ensinar quem estava em casa. Depois de pegar a minha faixa azul tive um acidente no joelho e passei por cirurgia. Fiquei um ano e meio afastado, mas como já tinha entrado em mim o vício pela luta, eu voltei depois de fazer três meses de fisioterapia”, conta.
Hoje, Elienay é um dos atletas de destaque da academia e aos 42 anos segue focado na carreira de atleta. “Estou sempre buscando o meu potencial e melhor condicionamento físico para representar os meus alunos e levar o nome do nosso estado ao lugar mais alto,” finalizou.